Primeira cúpula do G-7 em dois anos termina com críticas a China e Rússia

Bloco do G-7 classificou Beijing e Moscou, junto da pandemia da Covid-19, como as maiores ameaças globais hoje

A primeira cúpula presencial do G-7 em dois anos foi marcada por acusações à China sobre violações dos direitos humanos e preocupações sobre o avanço violento da Rússia na Crimeia. Os líderes classificaram o Kremlin como “malicioso” e Beijing como um “agente de bullying” na relação com Taiwan.

O grupo, que reúne EUA, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido desde 1975, classificou os dois países como as “maiores ameaças atuais”, junto com a pandemia da Covid-19, reportou a agência catari Al-Jazeera. Os líderes se encontraram em Londres nesta quarta (5).

No comunicado conjunto, o bloco afirmou que a Rússia age para sabotar os países democráticos. A nota também diz que a China é culpada por abusos aos direitos humanos e usar a influência econômica para “intimidação” ao redor do mundo. A cúpula, porém, não anunciou sanções ou decisões que pudessem preocupar Vladimir Putin e Xi Jinping.

Primeira cúpula do G-7 em dois anos termina com críticas à China e Rússia
Ministros das Relações Exteriores dos países do G-7 em Londres, maio de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/G7)

Os países afirmaram que reforçarão os esforços coletivos para impedir as políticas econômicas “coercitivas” de Beijing e combater a desinformação russa. O movimento envolveria outros países do Ocidente, não nomeados.

Pouco depois do comunicado, a Rússia negou o avanço sobre a Crimeia, península da Ucrânia anexada de forma unilateral por Moscou em 2014. O governo chinês condenou a declaração, o que disse ser uma “grande interferência nos assuntos internos” do país.

Vacinas contra a Covid-19

Ao discutir a Covid-19, o G-7 se comprometeu a trabalhar com a indústria farmacêutica para expandir a produção de vacinas. O grupo, porém, não pediu a renúncia dos direitos de propriedade intelectual das doses.

“Trabalharemos com a indústria para facilitar a expansão da fabricação das vacinas, terapias e diagnósticos da Covid-19 e seus componentes”, pontuaram os chanceleres na declaração conjunta.

O G-7 também não anunciou novos fundos para ampliar o acesso aos imunizantes, apesar do apelo internacional para que o grupo incremente a ajuda aos países mais pobres. A única decisão sobre o assunto envolve parcerias e o encorajamento a “acordos voluntários” de transferência de tecnologia.

O tom do encontro deve ser o mesmo na reunião dos líderes do G-7 na região turística da Cornualha, sudoeste da Inglaterra, em junho. A reunião será a estreia internacional do presidente dos EUA Joe Biden, no poder desde janeiro.

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