Os rebeldes houthis, do Iêmen, alinhados ao governo do Irã, assumiram nesta segunda-feira (17) a autoria de dois ataques, possivelmente realizados por drones, que provocaram explosões e incêndios em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU). As informações são da agência Reuters.
De acordo com as autoridades de Abu Dhabi, três caminhões que carregavam combustível explodiram na área industrial de Musaffah, perto das instalações de armazenamento da empresa de petróleo ADNOC. Um incêndio também atingiu um canteiro de obras no Aeroporto Internacional de Abu Dhabi.
“As investigações iniciais encontraram partes de pequenas aeronaves que poderiam ser drones em ambos os locais. Isso poderia ter causado a explosão e o incêndio”, disse a polícia em comunicado publicado inicialmente pela agência de notícias estatal WAM. Não houve maiores danos materiais, de acordo com o governo.
O porta-voz militar dos houthis confirmou que o grupo lançou uma operação militar “nas profundezas dos Emirados Árabes Unidos”. De acordo com a agência catari Al Jazeera, três pessoas morreram nas explosões*.
Por que isso importa?
O grupo rebelde dos houthis, alinhado ao Irã, foi responsável por expulsar o governo do Iêmen da capital iemenita Sanaa em 2014, dando início a um conflito no país do Oriente Médio que perdura até hoje. Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, também integrada pelos EAU, interveio a favor dos antigos governantes, acusados de corrupção pelos militantes de oposição.
Desde janeiro de 2021, quando Washington incluiu os rebeldes em sua lista de grupos terroristas internacionais, o grupo intensificou os ataques com mísseis e drones contra a Arábia Saudita. Os houthis rejeitam a proposta saudita de cessar-fogo e exigem a abertura do espaço aéreo e dos portos do Iêmen.
Há relatos de que os houthis recrutam menores – em especial crianças – para a linha de frente das batalhas e para esgotar as munições das forças adversárias
A crise humanitária decorrente dos combates é tida como o mais grave do mundo. Em virtude dos combates, cerca de dois milhões de civis migraram para centenas de alojamentos improvisados no meio do deserto. O acesso a alimentos e água potável é escasso.
*matéria atualizada com a inclusão do número de mortos, que não havia sido divulgado inicialmente.