Cabos submarinos cortados no Mar Vermelho afetam as telecomunicações globais

Incidente impactou 25% do tráfego de dados entre a Ásia e a Europa. Rebeldes Houthis são suspeitos

A HGC Global Communications confirmou na segunda-feira (4) que danos aos cabos submarinos no Mar Vermelho estão causando interrupções nas redes de telecomunicações, obrigando os provedores a redirecionarem até um quarto do tráfego entre a Ásia, a Europa e o Oriente Médio, incluindo o tráfego da internet.

O comunicado emitido pela empresa de telecomunicações de Hong Kong não forneceu informações sobre a causa dos cortes ou os responsáveis. A suspeita é de que o incidente tenha envolvimento dos rebeldes Houthis, do Iêmen, apoiados pelo Irã.

A empresa relatou que cabos pertencentes a quatro grandes redes de telecomunicações foram “cortados”, sendo elas Seacom, TGN, AAE-1, EIG. diante da situação, a HGC disse ter elaborado um plano abrangente para lidar com o redirecionamento do tráfego afetado, de modo a garantir que “as comunicações dos clientes não sejam afetadas” e também “estendendo a assistência às empresas afetadas”.

Navio cruza o Mar Vermelho (Foto: WikiCommons)

Os cabos submarinos desempenham um papel crucial na infraestrutura da internet global, permitindo a transmissão rápida e confiável de dados em escala mundial. Grandes empresas de tecnologia, como Google, Facebook e Amazon, dependem desses cabos para conectar seus serviços em diferentes partes do mundo. Se esses cabos forem danificados, pode haver interrupções significativas no acesso, afetando a conectividade de milhões de usuários e causando prejuízos econômicos para empresas e setores que dependem da rede global para suas operações.

A Seacom, com base na África do Sul e proprietária de um dos cabos afetados, informou à rede CNN que as reparações só começarão em pelo menos um mês, devido ao tempo necessário para obter licenças operacionais na área.

Os danos aos cabos no Mar Vermelho ocorrem após alertas do governo iemenita sobre possíveis ataques a essa infraestrutura pelos rebeldes Houthi. Relatórios da agência de notícias israelense Globes sugerem envolvimento do grupo, o que foi negado por seu líder, Abdel Malek al-Houthi.

Os insurgentes, por sua vez, colocam a culpa em unidades militares britânicas e norte-americanas. Usando drones e mísseis em seus ataques, os Houthis, começaram a atacar navios comerciais em novembro, sob o argumento de que eles servem a Israel e declarando apoio aos palestinos de Gaza durante no conflito entre Tel Aviv e o Hamas. 

Autoridades dos EUA afirmaram que estão investigando se os cabos foram cortados intencionalmente ou se ficaram presos por uma âncora, segundo e rede BBC.

Um representante do Pentágono confirmou à CBS News que os cabos submarinos de telecomunicações no Mar Vermelho foram cortados.

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