Um casal de jovens iranianos foi condenado a dez anos e seis meses de prisão cada por divulgar na internet um vídeo no qual eles dançam em público no país árabe. As informações são da rede BBC.
Astiazh Haqiqi, de 21 anos, e o noivo dela, Amir Mohammad Ahmadi, de 22, foram condenados por “promover corrupção e prostituição, conluio contra a segurança nacional e propaganda contra o establishment“.
O vídeo foi gravado pelo casal em frente à Torre Azadi, em Teerã, e depois postado no Instagram. depois disso, Haqiqi chegou a ter a casa invadida pelas autoridades iranianas, sendo posteriormente presa, julgada e sentenciada. Eles também foram proibidos de usar as redes sociais.
Tanzen am Freiheitsplatz in Teheran. Das Instagram-Paar Astiaj Haghighi und AmirMohammad Amiri wurden im Herbst nach der Veröffentlichung von Beamten in Zivil zusammengeschlagen und festgenommen. Nun haben sie jeweils 10,5Jahre Haft bekommen. #MahsaAmini pic.twitter.com/EZR4bEewUI
— Golineh Atai (@GolinehAtai) January 30, 2023
De acordo com o casal, o vídeo não tem nenhuma relação com os protestos que tomaram as ruas do Irã nos últimos meses. As manifestações começaram após a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que visitava a capital do país quando foi abordada pela “polícia da moralidade” por não usar da maneira “correta” o hijab, o véu obrigatório para as mulheres. Sob custódia, ela desmaiou, entrou em coma e morreu três dias depois.
Os protestos começaram no Curdistão, província onde vivia Mahsa, e depois se espalharam por todo o país, com gritos de “morte ao ditador” e pedidos pelo fim da república islâmica. As forças de segurança iranianas passaram a reprimir as manifestações de forma violenta, com relatos de dezenas de mortes.
No início de outubro, a ONG Human Rights Watch (HRW) publicou um relatório que classifica o regime iraniano como “corrupto e autocrático”, denunciando uma série de abusos cometidos pelas forças de segurança na repressão aos protestos populares.