Segundo autoridades palestinas, nesta quinta-feira (26), cinco jornalistas palestinos perderam a vida em um ataque aéreo israelense perto do Hospital Al-Awda, no campo de refugiados de Al-Nuseirat, em Gaza. O exército israelense, por sua vez, afirmou que o alvo do bombardeio era um veículo utilizado por militantes da Jihad Islâmica. As informações são da Reuters.
Médicos do enclave relataram que os cinco estavam entre as 26 vítimas de ataques aéreos em Gaza, enquanto Hamas e Israel se acusavam pelos atrasos nas negociações de cessar-fogo.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou o ataque, informando que as vítimas eram profissionais do canal Al-Quds Today e que estavam a bordo de um veículo de transmissão identificado com a palavra “PRESS” (imprensa). Desde o início da guerra em outubro de 2023, pelo menos 190 jornalistas palestinos foram mortos em bombardeios, segundo o sindicato.
Imagens do local mostraram os destroços de uma van branca, com os restos da inscrição “PRESS” nas portas traseiras. Em um comunicado divulgado pelo Telegram, o Al-Quds Today descreveu o episódio como um massacre, afirmando que os jornalistas estavam “cumprindo seu dever midiático e humanitário”.
Por outro lado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, da sigla em inglês) declararam que o ataque teve como alvo uma célula terrorista da Jihad Islâmica e reiteraram que não atacam jornalistas de forma deliberada, adotando medidas para evitar danos a civis.
Dezenas de parentes e colegas jornalistas participaram dos funerais dos cinco jornalistas, cujos corpos foram envoltos em mortalhas brancas. Coletes azuis com a palavra “PRESS” foram colocados em cima dos corpos envoltos. “O exército israelense justifica ou desculpa esse direcionamento alegando que ele é direcionado a indivíduos envolvidos em organizações e células palestinas. No entanto, no local, esses indivíduos estavam em missões jornalísticas, residindo em veículos de imprensa e cobrindo eventos”, disse Abed Meqdad, correspondente do canal de TV Al-Araby durante os funerais.
A guerra em Gaza, que se intensificou desde outubro de 2023, já resultou em mais de 45,3 mil mortes palestinas, segundo autoridades locais de saúde. O conflito teve início após o ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro, que matou 1,2 mil pessoas e levou ao sequestro de 251 reféns para Gaza.
Outros ataques
Ainda nesta quinta-feira, ataques aéreos em outras áreas de Gaza, como no bairro de Zeitoun e no subúrbio de Sabra, elevaram o número total de mortos para 21 naquele dia.
O clima de tensão também impacta as negociações para um cessar-fogo. Enquanto o Hamas acusa Israel de impor novas condições para a retirada e o retorno de deslocados, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alegou que o grupo militante está retrocedendo em acordos previamente alcançados.