EUA bloqueiam pedido do Conselho de Segurança da ONU para cessar-fogo em Gaza

EUA afirmou que usa diplomacia para conter hostilidades; número de palestinos mortos em Gaza já chega a 200

Entre os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), Washington foi o único a bloquear o pedido de cessar-fogo em Gaza, neste domingo (16), registrou a revista Foreign Policy.

Todos os outros países acataram a declaração apresentada por China, Noruega e Tunísia para condenar tanto Israel quanto o Hamas pela violência contínua e exortar o fim das explosões que já entram na segunda semana.

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que o país “trabalha incansavelmente” por meio dos canais diplomáticos para conter as hostilidades. Ainda assim, diversos senadores do Congresso norte-americano já apelam para Washington aderir ao cessar-fogo.

EUA bloqueia pedido do Conselho de Segurança da ONU para cessar-fogo em Gaza
Prédios destruídos em Gaza, 17 de maio de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/Times of Gaza)

Enquanto isso, Gaza sofre pesados bombardeios. Um levantamento lançado nesta segunda (17) pela agência turca Anadolu apontou 200 mortos do lado palestino – entre eles, 59 crianças e 35 mulheres, disse a Autoridade Palestina. Há mais de 1,3 mil feridos desde o dia 10, início da ofensiva. Em Israel, há dez mortos.

No sábado (16), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que a campanha em Gaza continuará “pelo tempo que for necessário”. O site de notícias baseado em Tel Aviv Walla, porém, relatou no domingo que o Egito faz a mediação do cessar-fogo devido à deterioração humanitária na região.

Os 57 Estados-membros da Organização para a Cooperação Islâmica já apelaram para que Israel cesse seus ataques em Gaza. Representantes da Turquia e do Irã também criticaram os recentes acordos de normalização de relações assinados por Bahrein, Marrocos, Sudão e Emirados Árabes Unidos, sob mediação dos EUA, no ano passado.

“O massacre de crianças palestinas hoje segue a suposta normalização”, disse o ministro do Exterior iraniano, Mohammad Javad Zarif. Os ataques de Israel a Gaza se intensificaram nesta segunda-feira (17).

Conflito se aprofunda

Entre os mortos deste domingo estavam dois médicos palestinos: Ayman Abu al-Ouf, que coordena a resposta à Covid-19 no principal hospital de Gaza, e Moein Ahmad al-Aloul, um dos poucos neurologistas no território. Junto com Al-Aloul morreram seus cinco filhos.

Nesta segunda-feira, Tel Aviv disse ter matado o comandante militar palestino Hussam Abu Harbeed, confirmou a Reuters. O líder islâmico foi alvejado em ataques aéreos de Israel contra os túneis subterrâneos usados pelo Hamas. Outros três palestinos morreram no mesmo ataque.

Israel alega que os militantes de Gaza dispararam cerca de 60 foguetes contra cidades israelenses durante a noite. Em seguida, jatos israelenses bombardearam 15 quilômetros de túneis e nove residências de comandantes de alto escalão do Hamas.

A guerra estourou na última segunda (10), quando o Hamas disparou foguetes contra Jerusalém após semanas de confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia israelense na cidade reivindicada por israelenses e palestinos.

Tudo começou quando Israel determinou um policiamento pesado ao local durante o Ramadã e ameaçou o despejo de dezenas de famílias palestinas por colonos judeus.

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