Liga Árabe apoia Estado palestino, mas não condena acordo de Israel e Emirados

Ministro palestino solicitou condenação do entendimento mediado por Washington, mas não foi atendido

Ainda que a Liga Árabe tenha renovado o seu apoio à criação de um Estado palestino, não há mal-estar após o acordo de normalização das relações entre Israel e Emirados Árabes Unidos, selado no dia 13 de agosto.

A causa palestina foi central na última reunião da Liga, que ocorreu nesta quarta (9), informou a Reuters.

O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Maliki, solicitou a condenação de qualquer rompimento com a chamada iniciativa de paz árabe – caso do entendimento de Emirados Árabes e Israel, mas não foi atendido.

Liga Árabe apoia Estado palestino, mas não condena acordo de Israel e Emirados
O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Maliki, chefiou a sessão da Liga Árabe em 9 de setembro de 2020 (Foto: Liga Árabe)

Os palestinos temem que a ação de Abu Dhabi enfraqueça a iniciativa, de 2002, que pede a retirada de Israel do território ocupado após a guerra de 1967 e a criação de um Estado palestino. Em contrapartida, haveria normalização nas relações com os países árabes.

Logo após o anúncio do acordo mediado pelos Estados Unidos, lideranças do território da Palestina acusaram Abu Dhabi de “traição” e “terremoto para o consenso árabe”.

Na reunião, o ministro se disse “consternado” por não ter havido qualquer convocação da cúpula árabe após o anúncio do acordo.

“Mas conseguimos impedir a emissão de qualquer declaração que apoie ou permita que os Emirados assinem o acordo para normalizar os laços com Israel”, reiterou Maliki à agência de notícias palestina Wafa. Os dois países assinarão o acordo com Washington na próxima terça (14).

O ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes, Anwar Gargash, afirmou que foi a “linguagem da condenação” que “impediu um acordo” com os palestinos.

A restauração das relações entre os Emirados Árabes Unidos com Israel foi a primeira em mais de 20 anos, desde a Jordânia em 1994. O temor comum do Irã facilitou o entendimento bilateral.

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