Sete palestinos ficaram feridos durante uma operação do exército de Israel na Cisjordânia ocupada na terça-feira (18), disse o Ministério da Saúde palestino. A ação ocorreu horas depois de dois israelenses serem baleados durante um suposto ataque terrorista no bairro de Sheikh Jarrah, uma área judaica em Jerusalém Oriental anexada. As informações são do portal The Defense Post.
Segundo as autoridades palestinas, seis das vítimas foram levadas com “ferimentos leves de fogo” para o hospital governamental da cidade de Jenin. A outra foi internada em um hospital próximo.
Militares israelenses confirmaram que uma operação estava em andamento no campo de refugiados de Jenin. O comunicado não trouxe mais detalhes.
A ação foi coordenada na sequência de um ataque ocorrido perto de um espaço religioso judeu, que teve como alvo dois homens ultraortodoxos que estavam dentro de um carro. As vítimas foram levadas às pressas para um hospital e, segundo boletim médico divulgado no mesmo dia, estavam em quadro estável.
A polícia israelense encontrou a arma do agressor – uma submetralhadora do tipo Carlo, que os palestinos fabricam na Cisjordânia – perto de onde ocorreu o ataque, que fica nos arredores do túmulo de Simeão, o Justo, um local frequentado por judeus religiosos.
Durante as buscas pelo atirador, as forças de segurança israelenses fecharam as ruas do bairro. Um drone e helicóptero foram usados. Cães policiais também auxiliaram na busca.
Os disparos em Sheikh Jarrah, um bairro fora dos muros da Cidade Velha de Jerusalém, foram o mais recente ato de violência durante o Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, em um ano que tem se mostrado de tensões elevadas em torno de Jerusalém. No domingo (16), uma palestina esfaqueou e feriu um homem israelense no cruzamento de Gush Etzion, no sul da Cisjordânia ocupada.
O mesmo bairro onde ocorreu o suposto ataque terrorista de terça foi cenário de protestos contra o despejo de residentes palestinos por organizações de colonos israelenses, que antecederam a guerra de maio de 2021 entre Israel e Hamas, conflito que durou 11 dias e matou 243 palestinos, sendo 66 crianças.
Atualmente, é também em Sheikh Jarrah que ocorrem manifestações israelenses semanais contra a ocupação dos territórios palestinos.
Ocupação ilegal
O direito internacional classifica a ocupação do território palestino como ilegal. Estima-se que até 750 mil colonos israelenses vivam em mais de 250 assentamentos ilegítimos na região.
Em 2023, ataques palestinos mataram pelo menos 20 pessoas, incluindo um soldado, desde o início do ano. Pelo menos 92 palestinos foram mortos por fogo israelense até agora neste ano, de acordo com uma contagem da agência Associated Press. Pelo menos metade deles era filiada a grupos militantes.