A explosão que terminou com quatro mortes e 20 feridos nesta quinta (15) no distrito de Sadr, em Bagdá, não teria sido intencional. Autoridades militares disseram à AFP que o proprietário do carro levava dispositivos explosivos para uma milícia xiita e não teria o objetivo de realizar um ataque suicida.
O carro explodiu enquanto estava estacionado em um mercado popular na região de maioria muçulmana xiita. Foram os médicos locais que confirmaram o número de mortos. Em comunicado, as autoridades militares da região anunciaram apenas a morte do motorista do veículo. Além dos óbitos, vários carros e barracas foram incendiados.
Em janeiro, um ataque suicida matou 32 pessoas e deixou 100 feridas em um mercado lotado da Praça Tayaran, no centro da cidade. O EI (Estado Islâmico) reivindicou a autoria da explosão, tida como a mais mortal dos últimos três anos.
Preocupação sobre ataque suicida
Ocorrências como essas haviam estagnado em Bagdá após a derrota do EI, em 2017. A explosão causou preocupação já que ocorre em ano eleitoral – momento de aceleração da tensão entre grupos políticos no Iraque, apontou o grupo de mídia iraquiano Rudaw.
Sadr é o reduto de cerca de 1 milhão de cidadãos xiitas. O local leva o nome do aiatolá Mohammad Sadeq al-Sadr, proeminente oponente de Saddam Hussein, assassinado em 1990. Seu filho, o clérigo populista Moqtada al-Sadr tem o EI, outros partidos xiitas e milícias apoiadas pelo Irã entre seus inimigos.
A explosão ocorreu no terceiro dia do Ramadã. Testemunhas relataram ao jornal árabe “Khaleej Times” que o mercado estava lotado de fiéis que compravam o jantar de quebra de jejum comum aos devotos durante todo o mês sagrado aos muçulmanos.
O Ramadã costuma ser um período de risco no Iraque. Em 2016, cerca de 300 fiéis foram mortos em um ataque do Estado Islâmico no bairro xiita de Al Karrada, em Bagdá.