Guterres pede a países que revertam corte de financiamento a agência após denúncia

ONU investiga as alegações de que funcionários da UNRWA tiveram envolvimento nos ataques de 7 de outubro a Israel

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, fez um apelo aos países que suspenderam o financiamento da Agência de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) para que reconsiderem suas decisões. O corte pode interromper a continuidade das operações humanitárias em Gaza.

Em uma declaração neste domingo, o chefe da ONU disse que a organização está respondendo prontamente às alegações extremamente sérias de que funcionários da UNRWA estariam envolvidos nos ataques terroristas de 7 de outubro no sul de Israel.

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António Guterres, secretário-geral da ONU: ajuda a refugiados está ameaçada (Foto: UN Photo)

Uma investigação do Escritório de Serviços de Supervisão Interna, o mais alto órgão investigativo do sistema da ONU, foi imediatamente ativada. Segundo Guterres, qualquer funcionário da ONU envolvido em atos de terror será responsabilizado, inclusive por meio de processo criminal.

O Comissário Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, havia anunciado anteriormente, em 17 de janeiro, uma revisão completa e independente da agência. Dos 12 indivíduos implicados, nove foram imediatamente identificados e demitidos. Um deles foi confirmado como morto, e as identidades dos dois restantes estão sendo esclarecidas.

Esforços humanitários vitais em risco

Mais de dois milhões de civis na Faixa de Gaza dependem da ajuda vital fornecida pela UNRWA. A agência opera abrigos para mais de um milhão de pessoas e tem fornecido alimentos e assistência médica desde o início do conflito.

No entanto, seu financiamento atual é insuficiente para atender a todas as necessidades de apoio em fevereiro.

Reconhecendo as preocupações dos países que suspenderam os fundos e expressando seu próprio horror diante das acusações, Guterres fez um apelo veemente aos governos que suspenderam as contribuições para que, pelo menos, garantam a continuidade das operações da Unrwa.

“Os supostos atos abomináveis desses funcionários devem ter consequências. Mas as dezenas de milhares de homens e mulheres que trabalham para a UNRWA, muitos deles em algumas das situações mais perigosas para os trabalhadores humanitários, não devem ser penalizados”, disse ele.

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