Marinha dos EUA responde a ataque iraniano e impede apreensão de petroleiros

Navios foram interceptados pelas forças do Irã, que chegaram a disparar tiros contra uma embarcação antes da ação norte-americana

Embarcações das marinhas dos EUA e do Irã entraram em confronto na quarta-feira (5) no Estreito de Ormuz, uma via navegável estratégica que liga o Golfo Pérsico ao oceano. Um navio norte-americano agiu para impedir Teerã de apreender dois petroleiros, segundo informações da agência Associated Press (AP).

Em ações distintas, os navios comerciais foram interceptados pela marinha da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), que chegou a disparar tiros contra um dos petroleiros. Em resposta, as forças norte-americanas enviaram o contratorpedeiro USS McFaul, que conseguiu repelir os ataques.

“A marinha iraniana fez tentativas de apreender navios-tanque comerciais que transitam legalmente em águas internacionais”, disse o comandante Tim Hawkins, porta-voz da Quinta Frota da marinha dos EUA. “A marinha dos EUA respondeu imediatamente e evitou essas apreensões.”

Navio petroleiro Oslo, novembro de 2014, imagem meramente ilustrativa (Foto: Wikimedia Commons)

Ainda de acordo com Hawkins, os disparos efetuados pela embarcação iraniana não causaram danos nem fizeram vítimas, e ambos os petroleiros abordados conseguiram seguir viagem normalmente após a rápida ação dos contratorpedeiro norte-americano.

A primeira ação da marinha iraniana teve como alvo o petroleiro TR Moss, com bandeira das Ilhas Marshall, abordado no Golfo de Omã. Depois de agir para liberar essa embarcação o contratorpedeiro recebeu novo pedido de ajuda, desta vez do Richmond Voyager, das Bahamas. Ele chegou a ser atingido por disparos do navio do Irã antes da intervenção norte-americana.

“Antes da chegada do McFaul ao local, o pessoal iraniano disparou múltiplas e longas rajadas tanto de armas pequenas quanto de armas da tripulação”, disse a marinha dos EUA em comunicado.

Casos como o desta quarta-feira têm se tornado corriqueiros, com relatos da marinha norte-americana de que ao menos cinco navios foram apreendidos pelo Irã nos últimos anos, além da mais uma dúzia de embarcações que foram assediadas e conseguiram escapar.

Em maio deste ano, o navio Niovi, com bandeira do Panamá e de propriedade grega, foi cercado pela marinha iraniana quando navegava em direção ao porto de Fujairah, nos Emirados Árabes. Seis dias antes, um incidente semelhante envolveu o navio-tanque Advantage Sweet, das Ilhas Marshall.

As ações são frequentes sobretudo no Golfo de Omã, que fica entre o Irã e a Península Arábica e é rota de pelo menos um terço do petróleo mundial transportado por via marítima. A embarcação está detida no porto iraniano de Bandar Abbas. Foi a sexta vez em dois anos que a IRGC assumiu o controle de um navio mercante estrangeiro. 

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