Na Cúpula para a Paz, líder da ONU pede ajuda humanitária sustentada a Gaza

Encontro reuniu líderes da região e de todo o mundo em esforço para diminuir escalada da violência no Oriente Médio

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, reiterou o seu apelo para que a ajuda humanitária seja entregue a Gaza de forma sustentada. Falando na Cúpula para a Paz, realizada no Cairo, no sábado (21), ele comentou a situação na fronteira, dizendo que “de um lado estão caminhões cheios, e do outro, estômagos vazios”.

O presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, reuniu líderes da região e de todo o mundo num esforço para diminuir a escalada da violência após a incursão do Hamas em Israel em 7 de outubro, seguido pelo bombardeio de Gaza por Israel e o cerco total ao enclave.

A Cúpula aconteceu um dia depois de Guterres ter viajado para a passagem fronteiriça de Rafah, no Egito, a única passagem fronteiriça aberta com Gaza.

Secretário-geral da ONU, o português António Guterres (Foto: UN Photo/Evan Schneider)

O secretário-geral disse que lá testemunhou um paradoxo, “uma catástrofe humanitária se desenrolando em tempo real”. 

Ele observou que centenas de caminhões “cheios de alimentos e outros suprimentos essenciais” estavam no lado egípcio, enquanto do outro lado da fronteira dois milhões de pessoas em Gaza estavam sem água, alimentos, combustível, eletricidade e medicamentos.

ONU trabalhando sem parar

Neste sábado, um primeiro comboio transportando itens extremamente necessários foi autorizado a entrar em Gaza.

“Esses caminhões precisam se deslocar o mais rapidamente possível, de forma massiva, sustentada e segura, do Egito para Gaza”, disse Guterres, acrescentando que a ONU está trabalhando sem parar com todas as partes para garantir uma entrega contínua de ajuda, na escala que é necessária.

O secretário-geral sublinhou que os objetivos a curto prazo devem ser claros, repetindo o seu apelo à ajuda humanitária imediata, irrestrita e sustentada a Gaza, à libertação imediata e incondicional de todos os reféns pelo Hamas e a um cessar-fogo humanitário.

Ele disse que as queixas do povo palestino “são legítimas e longas, mas nada pode justificar o ataque repreensível do Hamas que aterrorizou os civis israelenses”. Ao mesmo tempo, ele afirmou que “estes ataques abomináveis ​​nunca poderão justificar a punição coletiva do povo palestino”.   

Hora de agir

O chefe das Nações Unidas enfatizou a necessidade de defender o direito humanitário internacional, que inclui a proteção dos civis e a proibição de ataques contra hospitais, escolas e instalações da ONU, que atualmente abrigam meio milhão de pessoas.   

Ele ressaltou também que “a única base realista para a verdadeira paz e estabilidade” é uma solução de dois Estados para israelenses e palestinos.

Guterres disse que “chegou a hora de agir” e pediu “ação para acabar com esse pesadelo terrível”. 

Libertação de todos os reféns

No início do sábado, o chefe da ONU expressou gratidão pela assistência do Emir do Catar pelos seus esforços para garantir a libertação de dois americanos que foram mantidos reféns em Gaza. 

Guterres renovou o seu apelo à libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Ele também pediu por ações internacionais para evitar que o conflito se expanda para a região de forma mais ampla. 

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