Ajuda a Gaza está pronta para seguir adiante assim que o acordo final for alcançado

Acordo mediado pelos Estados Unidos estabelece que 20 caminhões de ajuda entrem no enclave vindos do Egito

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Os humanitários seguem preparados nesta quinta-feira (19) para entregar ajuda vital a Gaza, após relatos de um acordo mediado pelos Estados Unidos para que 20 caminhões de ajuda entrem no enclave vindos do Egito.

Cerca de três mil toneladas de suprimentos aguardam entrada no lado egípcio da travessia desde sábado. Na quarta-feira (18), o Conselho de Segurança da ONU não conseguiu chegar a acordo sobre uma resolução que apelaria a “pausas humanitárias” na entrega de ajuda.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, é aguardado no Cairo para prosseguir com os esforços diplomáticos, após o seu apelo por um “cessar-fogo humanitário imediato” na sequência de um ataque ao Hospital Al Ahli, na cidade de Gaza, na terça-feira (17), que matou 471 pessoas, segundo as autoridades de fato de Gaza.

O escritório de coordenação humanitária da ONU (OCHA) disse que este foi o incidente mais mortal em Gaza desde a escalada das hostilidades e que crianças, profissionais de saúde e pessoas deslocadas internamente estavam entre as vítimas.

Caminhões do Unicef com água aguardam no Egito para entrar em Gaza (Foto: UNICEF/Ragaa)
Vive na linha

Comentando o acordo, o chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, saudou “a liderança dos EUA e o acordo de Israel para permitir comida, água e ajuda médica” no enclave isolado através da passagem da fronteira de Rafah, enfatizando na rede social X, antigo Twitter, que “muitas vidas dependem disso acontecer”.

Ao informar o Conselho de Segurança na quarta-feira, o chefe de ajuda humanitária da ONU, Martin Griffiths, sublinhou a necessidade de os intervenientes humanitários serem capazes de “entregar ajuda aos civis necessitados em toda Gaza, sem impedimentos, em locais da sua escolha, em locais onde se considerem seguros” e onde possam “procurar garantir essa segurança.”

Ele disse aos embaixadores que eram necessários cerca de cem caminhões de abastecimento humanitário por dia para satisfazer as necessidades dos mais de dois milhões de residentes do enclave sitiado.

De acordo com as notícias, foi enviado equipamento para reparar buracos no crucial cruzamento de Rafah, para permitir a entrada do comboio de ajuda inicial. Mais de cem caminhões aguardam a luz verde final no lado egípcio.

Israel disse que permitiria ajuda limitada ao enclave, desde que nada disso beneficiasse o Hamas, que controla Gaza.

Situação desastrosa

A população de Gaza tem enfrentado uma situação cada vez mais desastrosa, com um corte total de eletricidade desde 11 de outubro, uma crescente insegurança alimentar e um sistema de saúde à beira do colapso.

De acordo com o OCHA, o consumo médio de água para todas as necessidades, incluindo beber, cozinhar e higiene, é estimado em apenas três litros por dia por pessoa em Gaza. O escritório da ONU também alertou que as pessoas consomem água de fontes inseguras, “arriscando a morte e colocando a população em risco de surtos de doenças infecciosas”.

Um em cada dois deslocados

O OCHA informou que cerca de um milhão de pessoas, ou quase metade de toda a população de Gaza, foram deslocadas desde o início do conflito.

Mais de 500 mil estão em abrigos de emergência designados como tal pela agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), enquanto continuam os bombardeamentos israelenses ao enclave.

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