Nações Unidas fazem apelo recorde de US$ 11 bilhões para ajudar o povo da Síria

Devido à crise de financiamento, são necessários cortes drásticos na ajuda para 5,5 milhões de beneficiários de apoio alimentar

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Para o líder das Nações Unidas, António Guterres “não há tempo a perder” com relação ao socorro que a comunidade internacional deve dar à Síria. Esta foi a mensagem do secretário-geral durante a reunião de doadores internacionais para o país árabe, que ocorre até esta sexta-feira (16) em Bruxelas.

A meta é receber US$ 11,1 bilhões para gastos até 2024. O evento, organizado pela União Europeia (UE), quer garantir apoio a vítimas da fome, da pobreza, da guerra civil e do recente terremoto que abalou o país.

António Guterres falou da urgência, uma vez que o atual orçamento termina já no próximo mês. E ressaltou que o pedido de US$ 11,1 bilhões é o maior apelo atual da organização para acudir o povo sírio. 

Criança anda por acampamento de refugiados de Kafr, Síria, janeiro de 2021 (Foto: Unicef/Khaled Akacha)

Guterres explicou que, devido à crise de financiamento, seriam necessários cortes drásticos na ajuda para 5,5 milhões de beneficiários de apoio alimentar. Mais de meio milhão de pessoas morreram nos confrontos que deixaram 70% da população precisando de ajuda para sobreviver.

O líder das Nações Unidas advertiu que a assistência em comida e dinheiro destinada a 2,5 milhões de sírios termina em julho.  Manter o mecanismo é a grande prioridade. A União Europeia prometeu doar US$ 2 bilhões já no primeiro dia do evento.

13 milhões sírios forçadas a fugir de suas casas 

A expectativa é a de que todo o montante a ser arrecadado na conferência também apoie 6,8 milhões de refugiados em países vizinhos, particularmente Turquia, Líbano, Jordânia e Egito. Mais de 13 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas em busca de segurança desde o início do conflito, em 2011, segundo a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur). 

O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, disse que as necessidades humanitárias atingiram níveis recordes, e “nenhuma parte da Síria é poupada do estresse humanitário”. 

O representante pediu ainda uma garantia de fundos adequados para atender as necessidades essenciais, “com promessas generosas e desembolsos rápidos para o auxílio humanitário”. Mas apontou que ainda deve ser facilitado o acesso em diferentes modalidades, inclusive em áreas fronteiriças. 

Em 2022, os doadores asseguraram US$ 6,7 bilhões dos US$ 10,5 bilhões da ajuda solicitada para os sírios dentro e fora do país.

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