Ao menos 14.500 migrantes estão presos no Iêmen, em meio a uma guerra civil que já dura cinco anos e a maior pandemia desde início de século. A informação foi divulgada nesta terça (14) pela OIM (Organização Internacional para Migrações).
A maioria desses estrangeiros vem da Etiópia e não consegue sair do país pelos tradicionais pontos de fronteira por via marítima, informou a OIM, entidade do sistema das Nações Unidas.
Os imigrantes precisam atravessar o Golfo de Áden para chegar à costa etíope. O problema é que, desde o início da guerra, em 2015, as entradas e saídas do Iêmen se tornaram cada vez mais arriscadas.
“Há quase seis anos, o Iêmen se tornou um lugar extremamente perigoso para ser migrante. A Covid-19 piorou a situação, já que essas pessoas viraram bode expiatório, tratadas como portadoras do vírus, por isso, sofrem exclusão e violência”, afirmou Paul Dillon, porta-voz da entidade.
Dillon relatou que os imigrantes vêm sofrendo assédios físicos e verbais, prisões, remoções forçadas e restrições de mobilidade.
É comum nos países da Península Arábica e do Golfo Pérsico contratar trabalhadores de outros países. No Catar, quase 90% da força de trabalho é composta por migrantes, vindos de países do norte da África, do Paquistão, das Filipinas e do Nepal.
No Iêmen, os ataques aéreos não tem poupado nem civis mulheres e crianças. Neste domingo (12), sete crianças e duas mulheres morreram após bombardeios em Washhah, no noroeste do país.
A coordenadora humanitária da ONU (Organização das Nações Unidas) Lise Grande manifestou “incompreensão” diante de mais uma investida contra estruturas civis.
“No meio da pandemia de Covid, quando as opções por um cessar-fogo estão postas, civis continuam sendo mortos no Iêmen”, afirmou.