ONU identifica membros do Estado Islâmico envolvidos em massacres

Objetivo de força-tarefa da ONU é subsidiar governos com evidências que responsabilizem EI por crimes de guerra

A equipe da ONU (Organização das Nações Unidas) responsável por investigar as atrocidades cometidas pelo grupo extremista Estado Islâmico no Iraque já identificou envolvidos em massacres, enterros coletivos e assassinatos. É o que informa o portal UN News.

As informações constam do relatório “Promover Prestação de Contas por Crimes Cometidos pelo Da’esh/Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Unitad)”. É o quarto material enviado ao Conselho de Segurança, cuja reunião que tratou dos avanços dessa força-tarefa aconteceu na última segunda (15).

As Nações Unidas conseguiram rastrear ao menos 344 pessoas envolvidas em um massacre em 2014 em Sinjar, informou o investigador Karim Asad Ahmad Khan ao Conselho de Segurança. Na ocasião, os extremistas atacaram uma cidade de maioria étnica yazidi, comunidade com origens curdas que pratica religião com influência zoroastrista antiga, pré-Islã.

ONU identifica membros do Estado Islâmico envolvidos em massacres
O advogado Karim Khan (à esq.), responsável pela investigação sobre o EI, e o secretário-geral da ONU António Guterres (Foto: UN Photo/Eskinder Debebe)

Os investigadores trabalham na região há pouco mais de um ano e meio. Ali, também encontraram valas onde pessoas assassinadas foram enterradas em Mosul, no norte iraquiano.

Também foram identificados os perpetradores de um massacre de cadetes e jovens soldados em Tikrit, também no norte do país.

Objetivos da investigação

O governo local e autoridades curdas tem auxiliado os oficiais da ONU. Os relatórios são apresentados a cada 180 dias.

O objetivo da investigação é “endereçar alguns dos desafios fundamentais encarados por autoridades domésticas para processar membros do EI”, segundo o documento.

Os investigadores recolhem, preservam e armazenam provas que permitam sustentaras acusações que pesam sobre membros do grupo terrorista, como crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio.

Khan, chefe dos investigadores, é britânico e fez carreira como advogado criminalista especializado em direitos humanos. Foi escolhido pelo secretário-geral da ONU António Guterres em maio de 2018 para a função.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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