O gabinete de segurança de Israel aprovou uma proposta polêmica para facilitar a emigração voluntária de palestinos de Gaza, medida que críticos afirmam poder configurar limpeza étnica. O plano, elaborado pelo ministro da Defesa Israel Katz e endossado pelo ministro das Finanças Bezalel Smotrich, é inspirado na visão do presidente dos EUA, Donald Trump, de transformar o enclave em um destino turístico de luxo após a remoção de sua população. As informações são da rede CNN.
A proposta prevê a criação de uma administração especial dentro do Ministério da Defesa para organizar e promover o movimento seguro e controlado dos palestinos que desejam deixar Gaza para terceiros países. Segundo o comunicado oficial, serão estabelecidas rotas de deslocamento e verificações de pedestres em pontos designados da Faixa de Gaza, além de infraestrutura para permitir a saída dos moradores.

Grupos de direitos humanos e líderes árabes têm criticado duramente a medida. O grupo israelense Peace Now classificou o plano como “um dos movimentos mais estúpidos de um governo que perdeu completamente o rumo e o pensamento lógico”. Especialistas alertam que a remoção em massa de palestinos poderia desestabilizar ainda mais a região e ameaçar a segurança de países vizinhos como Egito e Jordânia.
O plano de emigração surge em meio a uma guerra devastadora que tornou Gaza quase inabitável, segundo Martin Griffiths, principal oficial de emergência da ONU (Organização das Nações Unidas). “Seu povo está testemunhando ameaças diárias à própria existência”, afirmou.
O governo israelense também aprovou a expansão de assentamentos judaicos na Cisjordânia, contrariando promessas anteriores de não estabelecer novos assentamentos. A medida é vista como mais um passo para consolidar o controle israelense sobre o território, violando resoluções do Conselho de Segurança da ONU e aprofundando as tensões na região.
De acordo com o Conselho Yesha, representante dos assentamentos judaicos, havia 150 assentamentos na Cisjordânia em janeiro de 2024, o que expõe mais a mentira. Isso porque Israel alega que não estabelece novos assentamentos, apenas “‘bairros’ de assentamentos existentes”.