As forças de segurança da Turquia realizaram mais de 900 prisões nesta terça-feira (3) em conexão com o ataque a bomba de domingo (1º) em Ancara, no qual dois policiais ficaram feridos e nenhuma vítima fatal foi registrada além de dois terroristas. As informações são da agência Associated Press (AP).
Os principais alvos da operação foram supostos militantes curdos, vez que o atentado do final de semana foi reivindicado pelo PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos), que luta pela autonomia curda no país e é considerado uma organização extremista por Turquia, EUA e União Europeia (UE).
Segundo o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, as forças de segurança realizaram uma operação inicial em 21 províncias turcas e prenderam 67 pessoas acusadas de integrar a “estrutura de inteligência” do PKK.
Posteriormente, ele afirmou que foram efetuadas outras 928 prisões de indivíduos acusados de portar armas de fogo irregulares e de ligação com o tráfico de armas que ajuda a alimentar as milícias curdas na Turquia. Foram apreendidas mais de 840 armas.
O atentado de domingo ocorreu na entrada do Ministério do Interior. Dois policias que trabalhavam na segurança do edifício ficaram levemente feridos em uma primeira explosão realizada por um homem-bomba, que morreu na ação. Um segundo terrorista foi morto em uma troca de tiros com a polícia.
A explosão ocorreu horas antes da abertura do parlamento, que fica perto do Ministério do Interior e receberia o presidente Recep Tayyip Erdogan após as férias. O PKK assumiu a autoria, e o governo turco confirmou que um dos terroristas foi identificado como membro da organização.
“Estava especificamente previsto que esta ação fosse realizada no dia da abertura do parlamento, muito perto do edifício do parlamento”, disse a milícia curda em comunicado, segundo o jornal The Guardian.
Além da operação de segurança dentro do território turco, as forças armadas realizaram uma ofensiva militar contra supostos redutos do PKK no norte do Iraque horas após o atentado. Segundo o ministério da Defesa, a força aérea “destruiu” 20 alvos, entre cavernas, abrigos e depósitos de armas e munições.