Corte de verbas no combate à tuberculose põe em risco milhões de vidas

Nas últimas duas décadas, ações de prevenção, tratamento e testagem salvaram mais de 79 milhões de pessoas

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Somente no ano passado, mais de 3,6 milhões de mortes por tuberculose foram evitadas por causa de programas de combate à doença, que se converteu na infecção mais mortal do mundo.

Um avanço que está ameaçado devido a cortes nas verbas para programas de combate à tuberculose, como alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ajuda internacional dos EUA

Nas últimas duas décadas, serviços de prevenção, tratamento e testagem conseguiram prevenir a morte de 79 milhões de pessoas.

Boa parte do dinheiro para combater a doença em países de rendas baixa e média vinha da USAID, a organização de ajuda internacional do governo dos EUA, que foi extinta pelo novo presidente do país, Donald Trump.

Imagem mostra pulmão atingido pela bactéria que causa a tuberculose (Foto: NIAID/Flickr)

O fim abruto do financiamento deve colocar milhões de pessoas vulneráveis sob risco grave.

Dados dos programas nacionais de combate à tuberculose revelam que o governo americano destinou até US$ 250 milhões anuais para financiamento bilateral.

Erradicação da tuberculose até 2030

No total, a verba dos Estados Unidos era de 25% do montante de doadores internacionais.

O país é também um dos maiores doadores de acordos bilaterais.

Sem o dinheiro americano, 18 nações com cargas altas de contaminação com tuberculose estarão sob risco. Nesses casos, as doações dos Estados Unidos representam 89% da verba para o tratamento da doença.

As regiões mais impactadas serão África, sudeste da Ásia e o Pacífico Ocidental.

A OMS tem um mandato dos países-membros da agência para orientar em projetos que levem à erradicação da tuberculose em 2027 e 2030.

Aumentos dos casos de transmissão

Desde o anúncio do fim do apoio financeiro na luta contra a doença, as redes de fornecimento de remédios começaram a quebrar, assim como sistemas de dados e vigilância que afetam as notificações de rotina e o monitoramento da resistência a medicamentos contra a tuberculose.

Alguns riscos já estão sendo sentidos também no aumento de casos de transmissão. O Usaid também representava o terceiro maior financiador para pesquisas de combate à doença.

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