Nos 76 anos da bomba de Hiroshima, ONU vê progresso lento na desnuclearização

Cerimônia no Memorial da Paz relembrou o ataque nuclear de 6 de agosto de 1945 contra a cidade, no fim da Segunda Guerra Mundial

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) António Guterres reforçou nesta sexta-feira (6) o compromisso da entidade em alcançar um mundo livre de armas nucleares. “A única garantia contra o uso de armas nucleares é a sua eliminação total”, disse ele em mensagem de vídeo ao Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão.

A cerimônia anual relembra o ataque nuclear de 6 de agosto de 1945 contra a cidade, no fim da Segunda Guerra Mundial. “Neste dia, 76 anos atrás, uma única arma nuclear trouxe sofrimento inimaginável para as pessoas desta cidade, matando dezenas de milhares de pessoas instantaneamente, dezenas de milhares nas consequências e muitos mais nos anos seguintes”, disse Guterres.

O chefe da ONU, no entanto, acrescentou que Hiroshima não se define apenas pela tragédia. “A defesa incomparável de seus sobreviventes, os hibakusha, é uma prova da resiliência do espírito humano”, disse ele. “Eles dedicaram suas vidas para compartilhar suas experiências e fazer campanhas para garantir que ninguém mais sofra seu destino.”

Guterres afirmou que a ONU compartilha a visão dos hibakusha de um mundo sem armas nucleares, que foi o assunto da primeira resolução da Assembleia Geral, aprovada apenas cinco meses após o bombardeio, enquanto o Tratado Sobre a Proibição de Armas Nucleares entrava em vigor em janeiro passado.

Parque Memorial da Paz de Hiroshima recorda a bomba atômica que devastou a cidade em 1945 (Foto: Wikimedia Commons)

A falta de progresso na desnuclearização militar preocupa a ONU. “Os Estados detentores de armas nucleares vêm modernizando seus arsenais nos últimos anos, desencadeando uma nova corrida armamentista. Mas as decisões da Federação Russa e dos Estados Unidos de estender o novo tratado START (Tratado de Redução de Armas Estratégicas, da sigla em inglês) e iniciar um diálogo sobre controle de armas são os primeiros passos bem-vindos para reduzir o risco de catástrofe nuclear ”.

O secretário-geral exortou os países que possuem armas nucleares a adotarem medidas de redução de risco, tanto individualmente quanto em conjunto, dizendo que “nunca podemos tomar a norma contra o uso de armas nucleares como certa”. E também instou os governos a usarem a Décima Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear para fortalecer seu compromisso com um mundo livre de armas nucleares.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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