A capacidade de adaptação será essencial para que a Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) mantenha sua relevância até o início da próxima década. A conclusão está no relatório encomendado pela cúpula, em discussão nesta terça (1) em uma reunião de membros.
O estudo recomenda 138 mudanças significativas à Otan, como o reforço na coesão da aliança e uma melhor coordenação com aliados democráticos em todo o mundo, apontou o jornal “The New York Times”, que teve acesso ao documento.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, solicitou o relatório depois que o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a Otan vivia por uma “morte cerebral”, no ano passado.
O chefe de Estado francês criticava a falta de coordenação estratégica norte-americana. “O relatório é uma espécie de resposta a Macron”, disse um diplomata. “E também um esforço para responder às críticas legítimas. A aliança demorou a adaptar as suas estruturas”.
Pontos de destaque
O relatório não recomenda o abandono do princípio de consenso da Otan, mas sugere outras formas para acelerar decisões. Um exemplo é que debates relacionados a conflitos sejam tratados no nível ministerial e não mais entre embaixadores anônimos.
Outra recomendação é a criação de um órgão consultivo para coordenar a política em relação à China. A equipe deverá mapear atividades chinesas que afetam a segurança internacional.
“Com suas ambições tecnológicas, expansão militar e políticas comerciais, a China não pode mais ser vista simplesmente como um player apenas asiático”, diz um trecho do relatório.
O estudo ainda trata de combate ao terrorismo, incentivo a países democráticos, ambições militares e o estreitamento de relações com a União Europeia. A recomendação é que a cúpula mantenha um “vínculo permanente e explícito” com a UE, com o objetivo de fortalecer a aliança.