EUA reagem a exercício militar chinês no Mar da China Meridional

Região tem dezenas de ilhotas consideradas estratégicas por Beijing e disputadas por Vietnã e outros países

Os Estados Unidos enviaram dois porta-aviões ao Mar da China Meridional, pela primeira vez em seis anos, para a realização de exercícios navais. Segundo informações da CNN, essa foi segunda demonstração dos dois navios desde 2001.

A ação ocorre dias após comunicado do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Washington expressou preocupação com a decisão da China em realizar exercícios militares próximo as Ilhas Paracel.

As inóspitas ilhas ficam no meio caminho entre as costas de Macau, na China, do Vietnã e do oeste das Filipinas, região onde fica a capital Manila.

Território conhecido pelos chineses como Xisha, as ilhas no Mar da China Meridional são reivindicadas também pelo Vietnã e por Taiwan. Toda a região é alvo de uma série de disputas territoriais, já que as ilhas são consideradas estratégicas do ponto de vista militar.

“A realização de exercícios militares sobre território disputado é contraproducente para os esforços de aliviar as tensões e manter a estabilidade”, declarou o governo norte-americano.

As ações, executadas entre o dia 1º e 5 de julho, teriam ainda violado compromissos assumidos pela China. Entre eles, o de evitar atividades que agravem ou compliquem as disputas na região, segundo o comunicado dos EUA.

As autoridades norte-americanas defendem que o Mar da China Meridional deve ser uma região livre e aberta. Ali, afirmam, todos os países devem estar “seguros em sua soberania e livres de coerção”.

O Departamento de Defesa afirmou ainda que continuaria a monitorar a situação. A expectativa é de que a China reduza sua militarização e coerção sob os países vizinhos.

EUA reagem a exercício militar chinês no Mar do Sul da China
Porta-aviões dos EUA em exercício militar no Mar do Sul da China, em julho deste ano (Foto: Marinha dos EUA/Reprodução)

Resposta da China

No domingo (5), o alto oficial da Marinha Wang Yunfei afirmou em artigo que a China “está preparada para conter ‘ameaças dos EUA'”, segundo o jornal de Hong Kong “South China Morning Post“.

“A resolução da China de salvaguardar sua integridade territorial, soberania e interesses marítimos não vai diminuir após a mais recente ameaça dos EUA. As forças militares chinesas estão preparadas e vão lidar com isso sem problema”, afirmou.

No último dia 3, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que as Ilhas Paracel são territórios chineses. Por isso, as atividades da China na região estariam acima de qualquer censura. A declaração ocorreu antes antes da chegada dos navios norte-americanos.

Segundo Lijian, a causa de instabilidade na região seria a atividade militar em larga escala de países “que ficam a dezenas de milhares de quilômetros de distância”.

O assunto voltou a ser discutido nesta segunda (6). Segundo o porta-voz do ministério chinês, a região é estável e os EUA têm “segundas intenções” ao enviar forças militares “propositadamente” para atividades de larga escala.

“Os EUA pretendem criar uma fissura entre os países regionais, promover a militarização no Mar da China Meridional e minar a paz e a estabilidade da região”, afirmou Lijian.

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