Ex-ministro diz que Ocidente falhou em derrotar a Rússia e precisa fazer concessões pela paz

Segundo Sergei Shoigu, Moscou está cada vez mais dominante na guerra e deve manter suas conquistas para encerrar o conflito

Em uma declaração feita nesta quinta-feira (7), um dia após a confirmação de Donald Trump como presidente eleito dos Estados Unidos, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, pediu que o Ocidente aceitasse a atual realidade da guerra na Ucrânia, reconhecendo a vitória de Moscou e iniciando negociações para encerrar o conflito. As informações são da Reuters.

Shoigu sugeriu que, para uma resolução pacífica, o Ocidente deve ajustar suas expectativas e compreender que as forças russas têm avançado a um ritmo mais rápido do que nas primeiras semanas do conflito.

A guerra, que já se arrasta por dois anos e meio, tem visto intensos combates, e Moscou tem conquistado avanços estratégicos no terreno, apesar das sanções e condenações internacionais.

O presidente russo, Vladimir Putin, assiste a exercícios militares com o ex-ministro da Defesa, Sergei Shoigu (Foto: WikiCommons)

Shoigu, ex-ministro da Defesa da Rússia e aliado de longa data do presidente Vladimir Putin, afirmou que o Ocidente falhou em seu objetivo de usar a Ucrânia para infligir uma derrota estratégica à Rússia. Em declarações recentes, Shoigu sugeriu que a situação no campo de batalha está cada vez mais desfavorável para o regime de Kiev e que o Ocidente agora se encontra diante de uma escolha decisiva.

“Agora, quando a situação no teatro de operações militares não é favorável ao regime de Kiev, o Ocidente se depara com uma escolha: continuar financiando o governo ucraniano e destruindo a população ucraniana ou reconhecer as realidades atuais e começar a negociar”, declarou Shoigu.

Em junho, Putin definiu suas condições para o fim do conflito: a Ucrânia deveria desistir de suas aspirações de aderir à Otan e retirar suas tropas de todas as áreas das quatro regiões reclamadas pela Rússia. Atualmente, a Rússia controla a Crimeia, que anexou de forma unilateral em 2014, cerca de 80% do Donbass – uma região rica em carvão e aço, que inclui as províncias de Donetsk e Luhansk – e mais de 70% das regiões de Zaporizhzhia e Kherson.

A Ucrânia rejeitou as condições de Putin para encerrar a guerra, enquanto Donald Trump, com uma abordagem diferente de Joe Biden, sugeriu que Kiev prometeria não se juntar à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) por 20 anos, em troca de apoio dos EUA para armar o país e resistir a um possível ataque russo. A posição oficial de Kiev permanece em não negociar até que todos os soldados russos sejam retirados de seu território.

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