A ex-ministra das Relações Exteriores da Alemanha Annalena Baerbock foi eleita na segunda-feira (2) presidente da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). A escolha, feita por aclamação, ocorre poucas semanas após seu partido, o Verde, se ver fora das principais negociações para a formação do próximo governo alemão. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).
Baerbock, de 44 anos, assumirá o posto em 9 de setembro, pouco antes do início do debate geral da ONU. A função tem caráter majoritariamente simbólico, com foco na organização das sessões plenárias, mas é vista como uma vitrine estratégica para voos diplomáticos mais altos. Ainda assim, sua nomeação causou desconforto em setores da própria diplomacia alemã, já que o governo havia sinalizado no ano passado que indicaria a veterana Helga Schmid para o cargo.

“Minha nomeação está em linha com a de muitos predecessores que também foram ex-chanceleres ou primeiros-ministros”, declarou Baerbock ao comentar as críticas. Ela foi ministra entre 2021 e 2024, durante o governo de coalizão liderado por Olaf Scholz, e teve atuação destacada em temas como o apoio à Ucrânia e a defesa de uma política externa baseada em valores democráticos.
Durante sua gestão, Baerbock fez 160 viagens a 77 países e visitou a Ucrânia nove vezes, incluindo zonas de combate. Seu posicionamento contundente em relação a países como China, Belarus, Hungria e Rússia provocou reações adversas no exterior. Em uma entrevista à Fox News, por exemplo, chamou o presidente chinês Xi Jinping de “ditador”, o que gerou protestos formais do governo chinês.
Apesar dos atritos, Baerbock é vista com entusiasmo por representantes ucranianos. O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas, Andrii Melnyk, afirmou à DW que está “confiante” de que ela buscará “consolidar as forças democráticas, fortalecer a ONU e ajudar a Ucrânia a defender nossa independência”.
Melnyk destacou ainda o histórico da alemã no apoio ao país invadido pela Rússia. “Estamos felizes por ter uma presidente que entende por que a Carta da ONU e o direito internacional devem ser protegidos e respeitados para acabar com a guerra. Esta guerra deve terminar com base nos princípios da Carta da ONU, que são a integridade territorial e a soberania”, afirmou.