Confronto entre Boko Haram e militares mata ao menos 23 pessoas em Camarões

Horda de jihadistas fortemente armados atacou posto de comando no norte do país

Um confronto entre forças de segurança nacionais e o grupo jihadista Boko Haram no norte dos Camarões, na segunda-feira (26), terminou com a morte de ao menos 17 extremistas, cinco militares e um civil. A informação foi divulgada pelo Ministério da Defesa e reproduzida pela agência estatal chinesa Xinhua.

Segundo as fontes militares, “uma horda de terroristas fortemente armados do Boko Haram, e a bordo de vários veículos táticos ligeiros, atacou o posto de comando da MNJTF (Força Tarefa Conjunta Multinacional, da sigla em inglês) às 22h30 (…) localizado em Zigué”.

Membros do ISWAP celebram afiliação de novo líder na agência do Estado Islâmico, Amaq, em novembro de 2019 (Foto: Reprodução/Amaq)

O confronto aconteceu no extremo norte do país, que faz fronteira com o Estado nigeriano de Borno, uma região com forte presença do Boko Haram. Além das vítimas fatais, três soldados e um civil ficaram feridos.

“As tropas permanecem em alerta máximo em todo o extremo norte e nas fronteiras para evitar possíveis novos ataques dos terroristas do Boko Haram, que parece ter recuperado a sua força na sequência da restruturação interna da sua ideologia”, acrescenta a declaração.

No último sábado (24), oito soldados camaroneses e 20 militantes foram mortos quando os insurgentes invadiram um posto militar avançado em Sagme, outra localidade da região.

Conflito de 11 anos

A MNJTF é um esforço militar conjunto criado por Camarões, Chade, Níger, Nigéria e Benin para combater o Boko Haram e o ISWAP (Estado Islâmico da Província do Oeste da África), que ameaça a estabilidade desses países e de toda a região.

Terroristas do Boko Haram lutam há 11 anos para criar um califado islâmico no nordeste da Nigéria. A luta se espalhou para Camarões, Chade, Níger e Benin, com assassinatos regulares, queima de mesquitas, igrejas, mercados e escolas e ataques a instalações militares.

A ONU (Organização das Nações Unidas) calcula que a violência do Boko Haram matou 30 mil e deslocou cerca de dois milhões de pessoas.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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