A capital da República Centro-Africana, Bangui, foi alvo de uma tentativa de invasão de rebeldes nesta quarta (13). O embate causou pânico e só terminou após a intervenção das forças de segurança, informou a Reuters.
Tropas de Ruanda, da Rússia, da França e da ONU (Organização das Nações Unidas) repeliram os ataques. Um soldado de Ruanda foi morto e outro ficou ferido no confronto. O primeiro-ministro Firmin Ngrebada estimou a morte de cerca de 30 rebeldes.
O ataque ocorreu em protesto à reeleição do presidente Faustin-Archange Touadéra, anunciada no dia 4. Antes de tentar invadir a capital, os rebeldes já haviam tomado cidades em outras partes do país.

Moradores relataram ao “Washington Post” ter ouvido fortes barulhos de tiros durante toda a manhã. O porta-voz da coalizão rebelde, Abakar Sabone, acusou o governo de orquestrar o caos.
“Devemos proteger nosso país, defender os interesses deste país. Se for sobre guerra, temos armas. Touadéra abusou da confiança do povo”, disse, ao reivindicar que o presidente assine um acordo com os rebeldes.
One peacekeeper has been killed and another injured today in armed attacks by unidentified combatants in Central African Rep. Secretary-General @antonioguterres strongly condemned it, urging accountability. Attacks come in midst of increased violence following recent elections. pic.twitter.com/zDxrJAYSDq
— UN Peacekeeping (@UNPeacekeeping) January 13, 2021
Resultado em discussão
A disputa sobre Bangui ocorre dias antes de o Tribunal Constitucional decidir sobre a validade das eleições realizadas em 27 de dezembro. A oposição reivindica um novo pleito e alega diversas irregularidades.
O ex-presidente François Bozizé é acusado de incitar a violência depois que a Corte rejeitou sua candidatura em dezembro. Ex-general e chefe do exército, Bozizé está sob sanções da ONU e sujeito a um mandado de prisão por crimes contra a humanidade.
Desde a sua deposição, por uma coalizão rebelde de muçulmanos do norte do país em 2013, a República Centro-Africana vive combate interreligiosos e interétnicos.
A ONU estima que 80 mil centro-africanos já cruzaram a fronteira com os vizinhos Chade, Camarões, Congo e República Democrática do Congo no último mês. Outras dezenas de milhares se tornaram deslocados internos.