A região do Chifre da África está enfrentando as piores condições de seca desde 1981, com 13 milhões de pessoas famintas na Etiópia, no Quênia e na Somália. O alerta foi feito pelo PMA (Programa Mundial de Alimentos) e pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Em Genebra, o porta-voz do PMA, Tomsom Phiri, que acaba de voltar do Quênia, disse nesta terça-feira (8) que ficou impressionado com o que viu. Ele explicou que os criadores de gado estão vendo seus animais morrerem em larga escala, vitimados pela sede e pela fome.
Por três vezes consecutivas, as temporadas de chuva falharam no país. Sem plantações e sem rebanhos, muitas famílias acabam tendo que abandonar suas casas, e os conflitos entre as comunidades já aumentaram.
Segundo o PMA, a “situação pede ação humanitária imediata e apoio consistente para que as comunidades estejam resilientes no futuro”. A seca tem impactado as famílias de pastores rurais no sul e sudeste da Etiópia, no sudeste e norte do Quênia e no centro-sul da Somália.
A população desses países está sofrendo com alta no preço dos alimentos, inflação, baixa demanda de trabalhos no setor agrícola e altos índices de desnutrição. O PMA está fornecendo assistência alimentar e nutricional nas três nações, sendo que muitas famílias também estão recebendo assistência em dinheiro.
A meta é reverter a situação vivida pela Somália em 2011, quando 250 mil pessoas morreram de fome. Nesta semana, o PMA lançará seu plano de resposta para o Chifre de África, pedindo US$ 327 milhões para ajudar 4,5 milhões de pessoas nos próximos três meses.
O Unicef também fez um alerta, nesta terça-feira, sobre a importância de se agir agora para se evitar uma catástrofe. A agência da ONU calcula que 20 milhões de pessoas em Etiópia, Eritreia, Quênia e Somália precisem de água e de comida nos próximos meses. A maioria são crianças, que estão “pagando o preço dessas crises”, segundo o Unicef.
A agência destaca que a região do Chifre da África não pode enfrentar uma “outra tempestade perfeita, formada pela Covid-19, por conflitos e pela mudança climática”. No momento, 5,5 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda e 1,4 milhão de desnutrição severa.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News