Conflito no Sudão já matou mais de mil pessoas, segundo dados divulgados pela ONU

Combates tiraram mais de dois milhões de pessoas das suas casas, e o nível de sudaneses buscando abrigo na região é o mais alto da década

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

As Nações Unidas anunciaram nesta segunda-feira (19) que pelo menos 1.073 pessoas morreram e mais de 11,7 mil ficaram feridas no Sudão dois meses após a eclosão da violência.

A prestação de cuidados de saúde torna-se cada vez mais difícil, segundo a ONU (organização das Nações Unidas). O país tem cerca de 20% dos estabelecimentos funcionando.

Pacientes e profissionais de saúde receiam pela segurança e não chegam aos hospitais devido aos ataques às instalações, aos bens e aos funcionários.

Os dados fornecidos pelo Ministério Federal da Saúde não foram verificados de forma independente pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os combates entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF) continuam intensos, e agências da ONU apontam haver mais de 1,9 milhão de novos deslocados por causa do conflito.

Refugiados do Sudão esperam para coletar itens não alimentares no Chade (Foto: Donaig Le Du/Unicef)
Refugiados

O vizinho Chade é o maior destino dos 500 mil sudaneses. Há receios de que na área de Darfur Ocidental possa possam ocorrem massacres.

As autoridades de Sudão não podem oferecer serviços básicos e infraestrutura diante da iminência de fome, e a proximidade da época de escassez gera o temor de uma piora da insegurança alimentar.

O quadro humanitário do país já era tido como “complexo e prolongado”, com cerca de 15,8 milhões de necessitados antes dos confrontos. O total era o mais alto em uma década. Com a recente eclosão da violência, o número de pessoas com necessidade de ajuda subiu para 24,7 milhões.

Os confrontos surgiram quando o Sudão enfrentava crises ambientais persistentes, insegurança alimentar generalizada e desafios econômicos que pioravam o longo deslocamento interno, já com alto número de refugiados.

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