Emboscada de jihadistas contra comboio do exército mata 19 pessoas no Níger

Ataque ocorreu nas proximidades da cidade de Torodi, região de Tillaberi, quando as forças de segurança suprimentos

Um grupo jihadista armou uma emboscada contra um comboio de suprimentos militares e matou 18 soldados do exército do Níger e um civil, no sábado (31). A informação foi confirmada nesta segunda (2) pelo Ministério da Defesa, de acordo com o site local ActuNiger.

O ataque ocorreu nas proximidades da cidade de Torodi, região de Tillaberi, no momento em que as forças de segurança transportavam a carga em direção a Boni. Além dos 18 mortos, o ataque terminou com sete soldados feridos, e outros seis estão desaparecidos.

Soldados do exército do Níger realizam treinamento com forças estrangeiras em abril de 2018 (Foto: USAFRICOM/;Flickr)

Segundo comunicado enviado à imprensa pelo Ministério, a ação dos jihadistas teve o uso de explosivos improvisados, que foram detonados contra os soldados no momento em que eles tentavam resgatar os militares feridos no primeiro ataque.

“As forças de defesa e segurança, apoiadas pela aviação militar, já realizaram uma ampla varredura na área para capturar os terroristas”, diz um comunicado enviado à imprensa pelo governo.

O texto ainda manifesta condolências às famílias das vítimas. “Nesta dolorosa circunstância, o Ministro da Defesa Nacional, em nome do Presidente da República, Chefe do Estado, Chefe Supremo das Forças Armadas, envia suas tristes condolências aos familiares dos falecidos e deseja a rápida recuperação dos feridos . Ele envia seus parabéns e incentivo às Forças de Defesa e Segurança pela dedicação na defesa do território nacional”.

Onda jihadista

Tillaberi é considerada o novo epicentro da onda jihadista que tomou o Sahel Central. Os assassinatos são parte de uma onda de ataques promovidos por grupos armados ligados ao EI (Estado Islâmico) e à Al-Qaeda na região da tríplice fronteira do Níger com Mali e Burkina Faso.

A violência aprofunda os desafios de segurança enfrentados pelo novo presidente do Níger, Mohamed Bazoum, eleito no final de fevereiro. Bazoum ocupa o lugar de Mahamadou Issoufou, à frente do país desde 2011, que deixou o poder após dois mandatos na primeira transição presidencial pacífica do país desde a independência da França, em 1960.

O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda luta contra o alastramento do Boko Haram, da Nigéria, que avança sobre o sudeste do país.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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