Militantes jihadistas matam mais de 130 civis em novo ataque no Níger

Massacre é mais mortal já registrado em Tillaberi, na tríplice fronteira do Sahel central, desde o início da insurgência

Um ataque matou 137 pessoas no domingo (21), na região da tríplice fronteira entre Níger, Mali e Burkina Faso. O massacre é o maior em número de mortos já registrado em Tillaberi, epicentro da insurgência jihadista no Sahel Central.

Como em ataques anteriores, homens armados e em motocicletas alvejaram civis nas aldeias de Intazayene, Bakorat e Wistane, registrou o jornal queniano “Nation”. Em uma semana, a região fronteiriça somou 236 mortos por grupos jihadistas.

As autoridades não divulgaram quais grupo podem estar por trás do ataque e nenhuma milícia reivindicou as mortes. A violência a civis na região envolve militantes ligados à Al-Qaeda, Estado Islâmico e outros grupos.

Ainda no domingo, outro atentado matou 33 soldados em um posto policial do Mali, também na tríplice fronteira. O Estado Islâmico reivindicou as mortes. Antes disso, o último massacre ocorreu no dia 15, quando extremistas mataram 66 pessoas após invadirem um ônibus a caminho das feiras comerciais de Banibangou.

Militantes jihadistas matam mais de 130 civis em ataque no Níger
Oficial da Unicef auxilia criança perdida após conflitos na aldeia de Ogossagou-Peulh, Níger, em abril de 2019 (Foto: Unicef/Seyba Keita)

Motivação política

A escalada de violência ocorre logo após a eleição do novo presidente do Níger, Mohamed Bazoum, no final de fevereiro. Bazoum ocupa o lugar de Mahamadou Issoufou, à frente do país desde 2011, que deixou o poder após dois mandatos na primeira transição presidencial pacífica do país desde a independência da França, em 1960.

Os ataques de domingo coincidem com a confirmação da vitória de Bazoum no segundo turno pelo tribunal constitucional, disse a RFI (Radio Free International). O novo presidente deve assumir o cargo em 2 de abril.

No último lugar do ranking de desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas), o Níger luta contra insurgências islâmicas originais do Mali e da Nigéria. A violência dos grupos já forçou o deslocamento de cerca de 500 mil civis da região.

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