EUA e Sudão dão primeiro passo para indenizar vítimas do terrorismo

Acordo é passo para remoção sudanesa da lista de financiadores do terrorismo, abrindo país ao exterior

Os Estados Unidos e o Sudão deram o primeiro passo, na terça (25), para indenizar as vítimas do terrorismo, informou a revista norte-americana “Foreign Policy”. O secretário de Estados dos EUA, Mike Pompeo, se encontrou com o primeiro-ministro sudanês, Abdalla Hamdok, na capital, Cartum.

O acordo, ainda não finalizado, prevê a remoção do país da lista de patrocinadores do terrorismo dos EUA. O Sudão figura na relação desde 1993, junto da Líbia, da Coréia do Norte e de outros países.

Se assinado, o acordo determina que o país africano deposite US$ 335 milhões para as famílias das vítimas de ataques terroristas patrocinados antigo regime autoritário de Omar al-Bashir nos últimos 20 anos.

EUA e Sudão dão primeiro passo para indenizar vítimas do terrorismo
Abdalla Hamdok em um congresso mundial sobre a água, em maio de 2017, em Addis Abeba, na Etiópia (Foto: WikiCommons/International Hydropower Association)

Do total, o país deve pagar até US$ 10 milhões para cada funcionário do governo americano morto ou ferido durante os atentados às embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, em 1998. As famílias dos funcionários estrangeiros mortos e feridos deverão receber até US$ 800 mil.

O acordo também cobre as vítimas do ataque terrorista contra o submarino USS Cole, atacado no Iêmen em 2000.

Vitória política

Na reunião, Pompeo pressionou o Sudão a normalizar as relações com Israel. O entendimento seria chave para acelerar o processo com os EUA, afirmou o Secretário de Estado.

Com o aval, o Sudão poderá restaurar a sua imagem perante a comunidade internacional e passar a receber investimentos externos. O acordo também dá acesso a instituições como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.

A paz entre EUA e Sudão também representa uma vitória política a Hamdok, que tenta equilibrar-se em um governo ainda frágil. A pressão sobre o premiê, economista e ex-funcionário de organizações internacionais, é alta desde a queda de al-Bashir, em 2019.

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