Governo pode estar por trás de abandono de corpos em Burkina Faso

Pelo menos 180 corpos foram encontrados na cidade de Djibo entre novembro de 2018 e junho deste ano

A morte de pelo menos 180 pessoas em Djibo, no norte de Burkina Faso, pode ter relação com as forças de segurança do governo e com execuções extrajudiciais em massa. A avaliação é do grupo de direitos humanos HRW (Human Rights Watch).

Moradores da cidade burquinesa disseram ao grupo que os mortos, todos homens, foram deixados ali entre novembro do ano passado e junho de 2020. Foram grupos de três a 20 corpo, abandonados ao longo de rodovias, sob pontes em campos e lotes vazios.

Os residentes enterraram parte dos corpos entre março e abril deste ano, com autorização das autoridades locais. Outros permanecem sem enterro.

Mortes no norte de Burkina Faso podem ter relação com forças de segurança
Exército de Burkina Faso (Foto: Forças Armadas dos EUA/Reprodução)

Atuação do exército

Eles acreditam que a maioria das vítimas são da etnia fulani, por causa das características físicas e roupas. Essas comunidades são ligadas a recrutamento por grupos armados islâmicos, por isso seriam alvos de custódia pelo exército.

Apesar de nenhum morador ter testemunhado os assassinatos, muitos acreditam que as forças de segurança do governo estão envolvidos nos casos.

A HRW escreveu ao governo do país, detalhando as conclusões das pesquisas. O ministro da Defesa se comprometeu a investigar as alegações e alegou que as mortes ocorreram em meio ao aumento de ataques islamitas armados, sugerindo ligação com o ocorrido.

Já os moradores da cidade, controlada pelo exército, apontam que a maioria dos corpos apareceu na periferia de Djibo durante à noite. Ali, há toque de recolher imposto e fiscalizado pelas forças de segurança.

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