Grande Muralha Verde combate mudança climática e dá retorno financeiro na África

Para cada dólar investido no projeto até agora, houve retorno de US$ 1,20 em projetos de contenção da degradação. Resultado pode chegar a US$ 4,4

Um programa de combate à desertificação, na Região do Sahel africano, tem mostrado resultados positivos contra a mudança climática, além de oferecer bom retorno aos investidores. A afirmação consta de um estudo liderado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) sobre o impacto do projeto Grande Muralha Verde (GGW, na sigla em inglês).

Para cada dólar investido no projeto até agora, houve retorno de US$ 1,20 em projetos de contenção da degradação, que cobrem desde o Senegal, no oeste da África, até o Djibuti, no leste.  Em alguns casos, os resultados variavam de US$ 1,1 a US$ 4,4.

Grande Muralha Verde combate mudanças climáticas e dá retorno financeira na África
Projeto Grande Muralha Verde, na África, ajuda a combater as mudanças climáticas e a desertificação (Foto: reprodução/Facebook)

O coordenador da Divisão de Florestas da FAO, Moctar Sacande, afirma que é preciso mudar a retórica sobre a região. Para ele, é necessário mostrar que, apesar do solo seco e do clima árido de muitas regiões da África, é possível restaurar a terra e a partir dela obter lucro.

O estudo utilizou dados por satélite e no terreno para mapear a degradação ambiental entre 2001 e 2018. A partir daí, foram comparados os custos e os benefícios de restauração do solo com base em diferentes cenários adaptados aos contextos locais.

O reflorestamento e a restauração neste cinturão, que se estende por 8 mil quilômetros quadrados, estão levando comunidades a plantar árvores resilientes e espécies como a Acácia Senegal, que gera borracha árabe usada em bebidas. Além de outras espécies que ajudam com fertilizantes para o cultivo de um tipo de milho e forragem animal.

Com o apoio da FAO, mais de 500 comunidades estão melhorando oportunidades de rendas e segurança alimentar. Um total de US$ 20 bilhões foi prometido como apoio. Por causa de conflitos armados, metade da área envolvida no projeto permanece inacessível por razões de segurança.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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