Jihadistas matam quatro boinas azuis em ataque a campo da ONU no Mali

Acampamento da Missão da ONU no Mali foi alvo de tiros por três horas; 40 militantes jihadistas foram mortos na ação

Um ataque de militantes jihadistas ao acampamento da Minusma (Missão das Nações Unidas no Mali), terminou com quatro soldados das forças, chamados de boinas azuis, mortos na última sexta-feira (2). Os mortos eram cidadãos do vizinho Chade.

O campo fica em Aguelhok, a 200 quilômetros da fronteira com a Argélia e foi alvo de tiros por três horas, disse a agência turca Anadolu. Além dos boinas azuis, 40 militantes jihadistas morreram no confronto. Um deles é o braço direito de Iyad Ag Ghaly, atual líder do grupo armado Ansar Dine, filiado à Al-Qaeda.

Ghaly é um dos principais líderes jihadistas no Mali e em toda a região do Sahel. Além dos mortos, quatro militantes foram capturados e entregues ao Exército malinês.

Jihadistas matam quatro boinas azuis em ataque a campo da ONU no Mali
Militante do Ansar Dine no distrito de Tombouctou, Mali, em 2012 (Foto: Divulgação/Magharebia)

Em resposta ao ataque à ONU (Organização das Nações Unidas), as forças do Mali disseram ter matado outros seis suspeitos de terrorismo em uma ofensiva em Mafune, na região central do país, neste domingo (4).

Os grupos armados realizam ataques violentos desde 2012 no Mali, mas a incidência cresceu nos últimos meses apesar da presença das forças francesas e da ONU no país. No dia 14, mais de 30 soldados malineses foram mortos em uma ofensiva jihadista.

A violência não cessou mesmo após o acordo de paz assinado entre o governo e alguns grupos insurgentes em 2015. Disputas políticas e comunitárias intensificam as tensões no país e já se espalharam para os vizinhos, como Níger e Burkina Faso.

A Minusma está em operação desde 2013. A missão, porém, é uma das que registram o maior número de baixas no mundo – mais de 140 soldados já foram mortos em ataques extremistas desde o início das operações.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

Tags: