No Mali, oposição rejeita governo de unidade após eleição com violência

Presidente Ibrahim Boubacar Keita vê popularidade cair em meio à alegações de corrupção e piora do conflito armado

Mediadores regionais apresentaram no último domingo (19) um plano de formação de um governo de unidade no Mali, rejeitado por membros da oposição.

Segundo informação da Al-Jazeera, metade da coalizão seria composta por um novo governo. Outros 30% seriam representados por membros da oposição e 20% por grupos da sociedade civil.

A proposta foi rejeitada pois permitiria que o presidente Ibrahim Boubacar Keita continuasse no poder.

O chefe de Estado, reeleito em 2018 para um mandato de cinco anos, tem visto a popularidade cair em meio a alegações de corrupção e ao agravamento do conflito armado no país.

Oposição rejeita ideia de governo de unidade em Mali
Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita (Foto: Claude Truong-Ngoc/Wikimedia Commons)

Os pedidos de demissão de Keita se intensificaram após resposta violenta da polícia local aos protestos contra o governo. Pelo menos 11 pessoas morreram durante as manifestações da semana passada.

Os manifestantes contestam ainda os resultados de disputas eleitorais do pleito de 29 de março deste ano. O pleito teve baixa participação porque a população teme ataques de grupos jihadistas que atuam no deserto do norte do país.

Houve ainda acusações de compra de votos e intimidação, além do sequestro do líder da oposição, Soumaila Cissé.

Apesar de a população pedir a saída do presidente malinês, a Ecowas (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, em português), que media o impasse, não vê chance de uma renúncia negociada com Keita.

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