Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
Centenas de cidadãos que tiveram que escapar da violência dos recentes ataques de grupos armados e extremistas islâmicos, em Palma, estão encontrando abrigos temporários com apoio do governo, da ONU e parceiros internacionais em Moçambique.
A OIM (Organização Internacional para Migrações) informou que quase 14 mil pessoas se cadastraram no Centro de Trânsito e Acolhimento em Pemba, capital da província de Cabo Delgado até a última quinta-feira (9). As chegadas aumentam a cada dia.
Os sobreviventes estão chegando por ônibus, barco, avião e até a pé. Milhares escaparam pelas matas e enfrentaram dias de caminhada por densas florestas. As crianças representam mais de 40% por cento dos deslocados e pelo menos 170 chegaram desacompanhadas de responsáveis.
Os confrontos em Cabo Delgado começaram em 2017 quando extremistas islâmicos e grupos armados não-estatais entraram em choque com tropas do governo moçambicano.
A OIM está apoiando a mais de 1 mil deslocados com apoio psicossocial e assistência de proteção. Também facilita os encaminhamentos para serviços sociais e de saúde, além de distribuir cadeiras de rodas, muletas e outras ajudas em espécie.
Fuga
A chefe da missão da OIM em Moçambique, Laura Tomm-Bonde, disse que as equipes da OIM ajudam os sobreviventes a chegar a áreas mais seguras de Cabo Delgado depois de sua angustiante experiência de fuga destes ataques.
Quase 700 mil pessoas se deslocaram internamente no norte de Moçambique desde o início da violência em outubro de 2017. A cidade de Pemba e outros locais estão além da sua capacidade de fornecer serviços básicos.
A OIM assiste mais de 900 mil em abrigos afetados por desastres e conflitos em Moçambique desde 2019, quando dois ciclones Idai e Kenneth atravessaram o país.