Protestos continuam na Nigéria após fim de batalhão policial famoso por violência

Manifestantes estão nas ruas para pedir fim da violência policial no país após extinção da chamada "força SARS"

Uma onda de protestos contra a brutalidade policial forçou o governo da Nigéria a dissolver o batalhão SARS (Esquadrão Antirroubo Especial) no domingo (11). Manifestações pelo fim da violência das Forças Armadas ainda se estendem por todo o país nesta quarta (14).

As manifestações eclodiram no país africano após a veiculação, no início de outubro, de um vídeo com supostos membros do batalhão atirando em um homem no estado de Delta do Sul, na costa da Nigéria. A hashtag #EndSARS permanece em alta nas redes sociais depois de mais de uma semana.

A decisão de dissolver o batalhão SARS, publicada no Twitter das Forças Policiais Nigerianas no domingo (11), teve “efeito imediato”, afirmou o inspetor-geral da polícia, Muhammed Adamu.

Protestos persistem na Nigéria mesmo após dissolução do esquadrão SARS
Manifestante segura bandeira pelo fim da violência policial na Nigéria na capital do país, Abuja, em 14 de outubro de 2020 (Foto: Twitter/Francis Elecha)

Criado para combater casos de roubos e assaltos em 1922, agentes do batalhão SARS são acusados de assédio, prisões ilegais, tortura e assassinato. Um relatório publicado em junho pela Anistia Internacional listou 82 casos de tortura, maus tratos e execução extrajudicial pelo órgão entre janeiro de 2017 e maio de 2020.

De acordo com testemunhas, a Força Policial Nigeriana mantém câmaras de tortura em prédios públicos. Com uso sistemático de torturas, os abusos aconteciam sob a supervisão de oficiais de alto escalão do SARS.

Agora os oficiais serão transferidos para outros comandos, formações e unidades da polícia do país, informou a Al Jazeera. Ativistas questionaram a decisão, já que os abusos poderão continuar em outros batalhões.

Segundo Adamu, a polícia nigeriana e grupos de direitos humanos irão investigar as “supostas violações”.

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