Mesmo com um civil no cargo de premiê, a Ecowas (Comunidade Econômica de Países da África Ocidental) deve manter as sanções ao Mali, informou o portal Africa News na terça (29).
O ex-ministro de Relações Exteriores do país, Moctar Ouane, assumiu a posição de primeiro-ministro no domingo (27), após anúncio do presidente interino Bah Ndaw.
Na implantação do governo de transição após o golpe ao ex-presidente Ibrahim Boubacar Keita, no último dia 18 de agosto, o bloco africano exigiu que um civil ocupasse o cargo do novo presidente ou vice – e não premiê.
Ndaw é um coronel reformado e o coronel Assimi Goita, um dos generais líderes do motim contra o ex-presidente, ocupa a vice-presidência.
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, afirmou que as lideranças regionais devem se reunir novamente para discutir as “áreas cinzentas” da situação política do Mali.
“Os líderes militares ainda não atenderam às demandas do Ecowas em colocar um civil como vice-presidente do Mali. Eles já foram solicitados a fazê-lo e a estipular quais serão suas funções no governo”, apontou Buhari.
Com o Mali vivendo um golpe militar e imerso em crise política, os países vizinhos e aliados, como França e Estados Unidos, preveem prejuízo à luta contra grupos extremistas islâmicos na região do Sahel.
Desde 2012, extremistas já chegaram a tomar quase dois terços do território malinês. O espaço é estratégico por sua localização nos limites entre o deserto do Saara e as porções férteis de terra ao sul do continente.