Sul da África enfrenta ameaça de fome com subida global de emissões de CO2

PMA destaca situações em Angola e Moçambique como exemplos da crise na região mais urbanizada do continente africano

O PMA (Programa Mundial de Alimentos) afirma que os efeitos das mudanças climáticas para países do sul da África serão maiores do que no resto do planeta, mesmo que a região contribua com apenas 1% das emissões globais de carbono. A constatação foi registrada na publicação “Mudanças Climáticas: um ataque a pessoas que passam fome no sul da África”.

Em 2020, a região teve o maior número de deslocados pelo clima, com quase 500 mil pessoas deslocadas em 13 países. Embora essa área do mundo contribua com apenas 1% das emissões globais de carbono, suas temperaturas sobem ao dobro da taxa global, e os impactos climáticos, como ciclones e secas, são galopantes.

Sul da África enfrenta ameaça de fome com subida global de emissões de CO2
Crianças pegam água em lago raso na zona rural de Luanda, capital da Angola (Foto: Unicef/Carlos César)

Em janeiro, famílias moçambicanas na cidade da Beira foram afetadas pelo ciclone Eloise. A tempestade aconteceu menos de dois anos depois de o ciclone Idai ter deixado 1,7 milhão de afetados. Nesste ano, a segunda maior cidade moçambicana e seus arredores tiveram mais de 440 mil impactados.

Angola também é apontada como exemplo dos efeitos da mudança climática, com quase 7 milhões de pessoas com fome por causa da pior seca em 40 anos. Milhares foram obrigadas a emigrar para a Namíbia em busca de comida.

Resiliência

Para a agência, as soluções incluem construir resiliência nos níveis comunitário e nacional e diminuir o impacto de choques climáticos nos sistemas alimentares.

O PMA defende mais investimento em alertas precoces e sistemas de transferência de risco. A meta é promover culturas agrícolas locais de armazenamento mais resistentes ao clima, além de mudanças da monocultura a alimentos com mais nutrientes como formas de apoiar a adaptação de famílias vulneráveis.

A agência colabora com governos em estratégias nacionais de fortificação de alimentos e aquisição de comida para distribuição para melhorar a nutrição.

Outras atividades relacionadas à proteção social incluem programas de merenda escolar, comida pelo trabalho, projetos de criação de ativos que foco na conservação e reabilitação ambiental.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News 

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