A UE (União Europeia) exigiu uma “investigação exaustiva” sobre o assassinato do diplomata Luca Attanasio, do serviço diplomático da Itália, na República Democrática do Congo. O embaixador foi morto em uma emboscada no último dia 22 de fevereiro.
Além de Attanasio, morreram também o motorista Mustapha Milambo e o oficial da polícia italiana Vittorio Iacovacci. Homens armados abriram fogo quando a equipe viajava em um carro da ONU (Organização das Nações Unidas) para visitar um projeto escolar em Rutshuru, no leste do país.
Em decisão do Parlamento Europeu, na quinta (11), o bloco pediu um exame completo e independente sobre as circunstâncias do ataque e condenou a violência na nação africana, de 84 milhões de habitantes.
“Isso inclui execuções sumárias, violência sexual e recrutamento de crianças por grupos armados, assim como a morte de civis pelas forças de segurança”, diz a nota da UE sobre a morte do diplomata da Itália na RD Congo.
Logo após o ataque, o presidente congolês Félix Tshisekedi pediu pela abertura de uma apuração sobre o caso – processo que também inclui a efetividade das operações da ONU no país, disse a emissora Africanews. A medida responde à oposição, que teria denunciado a incapacidade da missão das Nações Unidas de garantir a paz no território congolês.
O governo acusa os rebeldes hutus, da Ruanda, de terem planejado o ataque. O governo em Kinshasa, porém, também sinalizou a possibilidade de que os assassinatos tenham sido uma tentativa de sequestro que deu errado.
Novos ataques
A incerteza, porém, é mais um sintoma da forte insegurança no leste da República Democrática do Congo. Nesta segunda (15), mais de dez civis foram mortos por um grupo extremista ainda não identificado, informou a Reuters.
Homens armados com facas e armas de fogo invadiram a aldeia de Bulongo durante a noite. “Eles permaneceram na aldeia por várias horas. É possível que haja mais vítimas”, relatou o chefe de polícia Mambo Kitamba.
O governo culpou as ADF (Forças Democráticas Aliadas), milícia de Uganda atuante na região desde os anos 1990. O grupo armado aumentou seus ataques após 2019, quando o Exército congolês passou a repreender os militantes.
A fronteira da RC Congo com Uganda, Ruanda e Burundi abriga cerca de 120 milícias. A maioria é um resquício das guerras civis congolesas, que terminaram com um acordo de paz em 2003.
Washington designou a ADF como uma organização terrorista estrangeira na última quarta (10). Os EUA acusam o grupo de manter ligação com o EI (Estado Islâmico). Só em 2020, a ADF matou cerca de 850 pessoas, disse a ONU.