Aumento de ataques piratas acende alerta no Golfo do México

Crimes ocorrem sobretudo na Baía de Campeche, onde se encontram mais de 200 plataformas de petróleo

O aumento de ataques piratas no sul do Golfo do México tem alertado os governos mexicano e dos Estados Unidos. Os crimes ocorrem principalmente na Baía de Campeche, onde se encontram poços de petróleo.

Segundo o jornal estadunidense “The New York Times”, o Ministério da Marinha do México afirma que foram inúmeros os ataques, roubos e outros atos criminosos na área nos últimos anos.

Os crimes, que ocorrem principalmente em plataformas da indústria petrolífera mexicana, acrescentam mais uma tarefa para as já sobrecarregadas forças de segurança do México. A onda de ataques ameaça ainda diminuir o investimento estrangeiro no setor petrolífero mexicano.

Até 2017, as águas do Golfo do México estavam livres dos ataques piratas, frequentes na costa da Somália, por exemplo. Já neste ano houve 19 roubos ou tentativas em plataformas petrolíferas, embarcações de abastecimento e barcos de pesca na Baía de Campeche.

Em 2016, foram quatro registros e um no ano seguinte, segundo dados divulgados pelo Ministério da Marinha do México. Em 2018, houve 16 incidentes do tipo. No ano passado, foram registrados 20 e, neste ano, 19.

Aumento de ataques piratas acende alerta no Golfo do México
Plataforma de Petróleo no Golfo do México (Foto: Wikimedia Commons)

Números maiores

No entanto, especialistas apontam que esses números podem ser ainda maiores. A Federação Internacional dos Trabalhadores dos Transportes, que representa os marinheiros, estima que só no ano passado houve cerca de 180 roubos e furtos na Baía de Campeche.

A escalada no número de ataques ocorre à medida que o governo mexicano tenta, sem muito sucesso, frear a violência no continente e à medida que cresce o investimento estrangeiro no setor petrolífero do México.

A Baía de Campeche conta atualmente com mais de 200 plataformas de petróleo, o que aumenta o tráfego de embarcações na região.

A Marinha do México chegou a responsabilizar os marinheiros mercantes e outros funcionários do setor de estarem em conluio com os criminosos, o que gerou indignação entre a categoria.

Nas últimas semanas, a Marinha mexicana aumentou a vigilância, reforçou a patrulha na baía e providenciou um ancoradouro vigiado no mar para que os navios não precisassem atracar em portos.

Segundo o “The New York Times”, a ação parece estar surtindo efeito, já que este mês ainda não foram registrados ataques. Especialistas apontam que ainda é cedo para comemorar resultados.

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