Nas Filipinas, cruzeiros atracados no porto não conseguem liberar tripulantes

Sem voos para voltar para casa ou testes para comprovar ausência do vírus, tripulação dos navios permanece isolada

Os cerca de 5.300 tripulantes filipinos nas 21 embarcações para cruzeiros na Baía de Manila, nas Filipinas, não têm perspectiva de ir para casa.

Para deixar a embarcação, é preciso ter um voo agendado para as próximas quatro horas – ou seja, sair do porto direto para o aeroporto. A regra vale mesmo para quem já cumpriu quarentena superior a duas semanas.

O problema é que a maioria dos voos, domésticos e internacionais, foi suspensa. Manila alega não ter locais suficientes para a quarentena de quem vem por via aérea de outras províncias ou países.

O governo também exige resultado negativo em um teste para a doença. Mas não há testes suficientes para todos. Quem consegue fazer pode levar semanas até receber a prova.

Nas Filipinas, cruzeiros atracados no porto não conseguem liberar tripulantes
O navio Ruby Princess, um dos que encontrou guarida na baía de Manila, nas Filipinas (Foto: Wikimedia Commons)

Tripulação sitiada

Ainda há quem esteja, desde a chegada às águas filipinas, sem sinal de celular. Isso porque diversos cruzeiros pararam longe da costa. Os humores tripulantes só pioraram depois que o tufão Vongfong passou próximo à capital, no último dia 14.

Não se sabe quantos tripulantes estrangeiros estão presos no limbo das águas que banham Manila desde que navios começaram a chegar, em 16 de abril, conta a “The Economist“.

Foi quando uma norma do governo permitiu que essas embarcações se aproximassem e até ancorassem nos portos do país. Bastava ter alguns tripulantes filipinos a bordo.

A maioria dos navios tem pelo menos um em cada três funcionários proveniente do arquipélago.

Entre as embarcações, há o Ruby Princess, polo de transmissão da covid-19 que perambulou pela costa australiana até parar perto de Manila.

Outros “limbos” de navios de cruzeiro são as Bahamas, no Caribe, e a região costeira da Flórida, nos EUA.

Segundo a Reuters, havia no dia 8 de maio 378 navios parados perto de portos em todo o mundo.

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