Centenas de novas sanções dos EUA buscam isolar ainda mais a Rússia

Última rodada de embargos foi anunciada durante a visita de Volodymyr Zelensky a Washington, onde busca mais apoio financeiro para enfrentar a invasão russa, que completa dois anos em fevereiro

Os Estados Unidos intensificaram suas ações para isolar a Rússia, anunciando na terça-feira (12) centenas de novas sanções contra mais de 250 indivíduos e entidades em diversos países. As medidas, impostas pelos Departamentos de Estado e do Tesouro, visam conter a evasão de sanções, aquisição de armas e atividades nos setores de energia e mineração. As informações são da agência Al Jazeera.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, destacou que as sanções buscam pressionar fornecedores e redes de países terceiros, como China, Turquia e Emirados Árabes, que abastecem Moscou com os insumos necessários para sustentar sua base militar-industrial, enquanto o país continua os ataques contra a Ucrânia.

Janet Yellen observou que, embora o Kremlin tenha transformado a Rússia em uma economia de guerra, a “máquina militar de Putin não pode se sustentar apenas com recursos internos”.

Cenas de destruição no vilarejo de Pevtsi, na Ucrânia (Foto: Ashley Gilbertson/Unicef)

A lista inclui quatro entidades e nove pessoas localizadas na China, Rússia, Hong Kong e Paquistão. Além disso, as medidas visam indivíduos com ligações ao setor energético russo, crucial para as finanças do Kremlin. Entre os alvos estão empresas ligadas ao desenvolvimento de uma grande instalação de processamento de gás natural no noroeste russo, operada pela Gazprom.

As sanções também miram uma rede multinacional envolvida na aquisição de armas, liderada por Hu Xiaoxun, cidadão chinês, e sua empresa de defesa sediada na China, Jarvis HK Co. O alvo inclui uma rede de associados que coordenam a venda de armas e componentes fabricados na China para a Rússia.

O anúncio das novas sanções ocorreu durante agenda do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Washington, visita que teve como objetivo a busca de uma maior ajuda militar norte-americana. A medida surge em meio a um crescente questionamento nos EUA e na Europa sobre o apoio contínuo à Kiev, que luta para expulsar as forças russas de seu território.

Esse ponto de Interrogação surge no contexto da contraofensiva ucraniana que não trouxe avanços significativos, gerando dúvidas sobre a eficácia da assistência bilionária.

As autoridades russas afirmaram estar confiantes em sua capacidade de resistir ao apoio ocidental à Ucrânia, ao passo que as autoridades ucranianas argumentaram que a assistência contínua é imperativa e proporciona benefícios aos seus parceiros de segurança.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, condenou as recentes sanções aplicadas por Washington, afirmando que a China se opõe fortemente a medidas unilaterais e à extensão da jurisdição dos EUA, segundo repercutiu a agência Associated Press. Mao exigiu que os EUA corrijam imediatamente suas ações, cessando a contenção de empresas chinesas, e afirmou que a China “tomará as medidas necessárias” para proteger os interesses legítimos de suas empresas.

Embora as inúmeras sanções financeiras desde o início da guerra em fevereiro de 2022 tenham posicionado a Rússia como o país mais sancionado do mundo, elas ainda não causaram um impacto decisivo na economia local.

Além disso, a Rússia tem sido bem-sucedida em sua estratégia para driblar as sanções ocidentais que visam a bloquear o acesso do país a itens de uso duplo, aqueles que podem ter funções tanto civis quanto militares. Assim, consegue obter tecnologias norte-americanas e europeias instaladas nas armas usadas na guerra da Ucrânia, 

Tags: