Energia verde criaria 15 milhões de empregos na América Latina, diz estudo

Estimativa contempla diferentes segmentos da economia verde, de energia e alimentação a combustíveis

Se até 2030 todas as emissões energéticas da América Latina e Caribe fossem trocadas por energia verde, 15 milhões de novos empregos poderiam ser criados. Ao mesmo tempo, se todos parássemos de consumir carne animal, 19 milhões de novas funções surgiriam no mercado.

Essa é a estimativa de um estudo divulgado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e OIT (Organização Internacional do Trabalho) nesta quarta (29).

Mudança pode diminuir os índices de desemprego de países como a Bolívia, onde o trabalho informal chega a 80% (Foto: Jean Pierre Laffont/UN Photo)

De acordo com o relatório, a transição para uma economia de zero emissões de gás carbono provocaria o desaparecimento de cerca de 7,5 milhões de empregos no setor de combustíveis fósseis e produção de alimentos de origem animal. No entanto, outros 22,5 milhões de empregos seriam criados na agricultura e produção de alimentos baseados em plantas, eletricidade renovável e construção.

Já no setor agroalimentar, 4,3 milhões de empregos seriam extintos nos setores da pecuária, avicultura, laticínios e pesca, enquanto 19 milhões seriam criados – o que, conforme o documento, ainda ajudaria a reduzir a pressão sobre a biodiversidade da região.

Desigualdade

De acordo com o estudo, a região latino-caribenha concentra a maior desigualdade de renda do mundo. As novas possibilidades de emprego seriam uma forma de diminuir os índices de trabalho informal, principalmente no setor agrícola.

Em países como Bolívia, Guatemala, Honduras e Nicarágua, a média de informalidade alcança 80% da população ativa. Ao mesmo tempo, a média de profissionais com algum tipo de capacitação é de 15%, muito inferior aos 56% dos países-membros da OCDE – majoritamente do Hemisfério Norte.

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