Líder da oposição venezuelana pede apoio militar e aumenta pressão internacional contra Maduro

Edmundo Gonzalez Urrutia fala em assumir o governo e mantém alegação de que a vitória do rival na eleição presidencial foi fraudada

O líder da oposição venezuelana, Edmundo Gonzalez Urrutia, intensificou sua campanha contra o presidente Nicolás Maduro ao pedir no domingo (5) que as Forças Armadas reconheçam sua liderança como comandante-chefe da Venezuela. A declaração ocorre em meio a uma viagem internacional destinada a mobilizar apoio global para sua causa e a poucos dias da posse presidencial marcada para 10 de janeiro. As informações são da France24.

Gonzalez Urrutia, reconhecido como presidente eleito por nações como Estados Unidos, Itália e diversos países da América Latina, busca consolidar sua posição contra Maduro, que foi declarado vencedor oficial das eleições de 28 de julho.

Após ser alvo de um mandado de prisão e deixar a Venezuela, Gonzalez Urrutia se exilou na Espanha em setembro. Agora, em uma turnê internacional, já passou por Buenos Aires e Montevidéu antes de seguir para Washington, onde espera se reunir nesta segunda-feira (6) com o presidente norte-americano, Joe Biden.

Edmundo Gonzalez Urrutia (Foto: European Parliament/Flickr)

Uma fonte familiarizada com os planos confirmou a expectativa do encontro, mas a reunião não estava na agenda pública de Biden divulgada no domingo. Além disso, uma forte tempestade de inverno em Washington pode interferir nos planos do líder opositor.

Em um vídeo publicado no X, antigo Twitter, Gonzalez Urrutia reafirmou sua disposição de voltar à Venezuela para assumir a presidência. “No dia 10 de janeiro, pela vontade soberana do povo venezuelano, devo assumir o papel de comandante-chefe”, disse. Ele também dirigiu um apelo às forças armadas: “Muitos de vocês já expressaram o desejo de mudança junto ao povo venezuelano, demonstrando isso ao votar contra uma liderança que não oferece estabilidade ou perspectiva de futuro para o país”.

Contestação dos resultados eleitorais

Embora as autoridades eleitorais tenham anunciado a vitória de Maduro pouco após a votação, os detalhes dos resultados ainda não foram divulgados. Em contrapartida, a oposição apresenta pesquisas que indicam uma ampla vantagem de Gonzalez Urrutia, o que acirrou as tensões no país.

Desde o anúncio da vitória de Maduro, a Venezuela tem enfrentado uma onda de protestos em larga escala. A repressão aos manifestantes resultou em pelo menos 28 mortes e mais de 2.000 prisões, segundo organizações de direitos humanos.

Manifestações

Em paralelo aos esforços de Gonzalez Urrutia, Maria Corina Machado, outra figura de destaque na oposição, convocou manifestações em massa para o dia 9 de janeiro, véspera da posse presidencial. Em um vídeo também publicado no X, Machado declarou: “Esse dia será lembrado como o momento em que a Venezuela disse: chega!”.

Ela conclamou os venezuelanos a ocuparem as ruas dentro e fora do país: “A liberdade não se implora, ela se conquista. Neste 9 de janeiro, TODOS nas ruas, na Venezuela e ao redor do mundo”.

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