Após um novo adiamento na definição de uma nova data para as eleições, marcadas a princípio para 3 de maio, a Bolívia já conta duas semanas de protestos que têm terminado em violência.
De acordo com a norte-americana NPR, uma campanha de greves foi lançada na semana passada para pressionar o governo provisório de Jeanine Áñez a fechar uma data para a ida às urnas.
No dia 23 de julho, o Tribunal Eleitoral boliviano adiou o pleito para 18 de outubro, por conta da pandemia.
Com desconfiança de que Áñez tente reunir a direita do país em torno de sua candidatura, os manifestantes pedem que as eleições sejam mantidas em 6 de setembro.
“Sabemos o risco que votar acarreta por causa da pandemia, mas queremos eleições, não aguentamos mais”, disse uma das manifestantes à NPR.
Após 14 anos no poder, Morales foi substituído em novembro de 2019. À época, o presidente foi acusado de fraude eleitoral. O novo governo interino, presidido por Áñez, prometeu eleições para janeiro que jamais aconteceram.
Áñez acusa Morales de orquestrar as manifestações. O ex-presidente, exilado na Argentina, já sugeriu que os manifestantes considerem aceitar 18 de outubro como a data das próximas eleições.