No púlpito da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), no último dia 29, o chanceler da Nicarágua, Denis Moncada, afirmou que o órgão precisa de uma “despolitização urgente”.
O motivo seria a influência dos Estados Unidos na entidade. “O órgão está a serviço de seus interesses para desestabilizar aqueles que não se submetem aos seus ditames imperiais”, disse.
Para Moncada, o Conselho de Direitos Humanos também não é imparcial e nem atua com justiça na Nicarágua. A acusação do chanceler vem na sequência da denúncia da Nações Unidas, do último dia 2 de julho, de que o ditadura de Daniel Ortega realiza violações e persegue opositores.

A Comissão relatou que há uma “perseguição sistemática” a quem se opõe ao regime de Ortega. Jornalistas, líderes comunitários e defensores dos direitos humanos são os principais alvos. De acordo com o Alto Comissariado, entre maio de junho foram 43 queixas de abusos.
As denúncias, no entanto, foram questionadas por Moncada. “Apenas fontes contrárias ao governo auxiliam em sua elaboração e somente reproduzem informações de organizações e meios de comunicação ligados ao golpe fracassado de 2018″, apontou.
O “golpe” a Moncada se refere foi uma leva de manifestações em abril daquele ano, impulsionada por mudanças na Previdência. Cerca de 300 pessoas morreram.
"La Oficina del Alto Comisionado de la ONU no actúa con justicia y equidad con nuestro país, convirtiendo sus actualizaciones orales e informes en contenidos intencionalmente politizados", dijo el canciller de #Nicaragua Denis Moncada, ante la Asamblea General #UNGA. pic.twitter.com/PYcAmm5i5E
— Noticias ONU (@NoticiasONU) September 29, 2020
O chanceler exigiu ainda que o órgão tenha uma conduta “compatível” com o direito internacional. “Expressamos a nossa esperança e compromisso com a transformação necessária na refundação e democratização das Nações Unidas”, apontou o chanceler.
Segundo ele, uma reforma na ONU é essencial para todos os povos e não apenas aos “poderes hegemônicos”.