No Twitter, China dá sua versão sobre fechamento de consulado

Em sequência de postagens, há respostas a acusações de espionagem chinesa via consulado em Houston

A chancelaria da China usou sua conta no Twitter nesta quarta (29) para divulgar supostas informações falsas sobre o fechamento do consulado chinês em Houston (EUA), e do norte-americano em Chengdu, na semana passada.

Entre os assuntos abordados, estão as acusações de espionagem chinesa por meio do consulado em Houston. As autoridades chinesas alegam que trabalharam “apenas para promover amizade e cooperação” entre os dois países.

Segundo a publicação, “fatos mostram” quem é “a maior fábrica de espionagem do mundo e causador de problemas”. Os chineses citaram episódios como o de Edward Snowden, que vazou informações dos serviços de inteligência dos EUA, e o Wikileaks.

Funcionários norte-americanos na China teriam realizado atividades incompatíveis com suas capacidades. Entre elas, interferência em assuntos internos e contra interesses chineses, acusa a publicação feita.

Na ocasião do fechamento do consulado texano, os EUA fizeram denúncias de que houve espionagem e de que o local patrocinava atividades ilícitas, alheias ao trabalho diplomático.

Seriam falsas também as alegações de que a China está usando seu programa de recrutamento de talentos para roubar pesquisas científicas e propriedade intelectual dos EUA.

As práticas chinesas não seriam diferentes do intercâmbio e cooperação de outros países, dizia a publicação.

Chancelaria chinesa desmente informações sobre fechamento de consulado
Consulado da China em Houston, nos EUA (Foto: Wikimedia Commons)

Ameaça e falta de reciprocidade

Os chineses contestam a justificativa norte-americana para o fechamento do consulado em Houston. Segundo as autoridades dos EUA, a medida protege “a propriedade intelectual e as informações pessoais dos norte-americanos”.

As acusações incluem questões ligadas à pandemia do novo coronavírus. No entanto, segundo a publicação, a China é um dos líderes globais em pesquisa e desenvolvimento de vacinas para Covid-19 e um dos promotores mundiais dos direitos de propriedade intelectual.

Sobre a falta de reciprocidade alegada pelos EUA, os chineses afirmam fornecer as facilidades necessárias para a realização de atividades oficiais na China por corpos diplomáticos.

Segundo a chancelaria, entre outubro de 2019 e junho deste ano, os EUA impuseram restrições unilaterais às atividades de diplomatas chineses e oficiais do consulado em território norte-americano. Os chineses definiram a situação como “séria violação de regras internacionais”.

Leis e normas norte-americanas

Os chineses discordam com as alegações de que assumir as instalações do consulado em Houston está de acordo com leis e normas norte-americanas. “Terreno e instalações do consulado são de propriedade do governo da China”, afirma a publicação, citando a Convenção de Viena.

Beijing também não estaria ameaçando dissidentes e refugiados com operações de “caça às bruxas”. “Ao retratar os fugitivos como dissidentes e refugiados, o lado norte-americano está distorcendo fatos básicos e se oferecendo como um lugar seguro para os criminosos”, alega a publicação.

As postagens citam, em diversos momentos, suspeitas levantadas por meios de comunicação dos próprios EUA. Entre eles, “The New York Times”, CNN e o texano “Houston Chronicle”.

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