A escolha da África do Sul como um dos países que testará a vacina da Universidade de Oxford contra o novo coronavírus gerou protestos em Joanesburgo. A informação é da agência de notícias Associated Press.
O motivo da manifestação seria o medo de que os sul-africanos estejam sendo “manipulados”, disse à AP Phapano Phasha, organizadora do protesto. “Primeiro garantam que a vacina funciona em outros lugares, para depois trazê-la para a África”, afirmou.
O protesto reuniu algumas dezenas de pessoas na última quarta (1) na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.
Resistência à vacina
O presidente da aliança global para a vacinação Gavi, Seth Berkley, já havia alertado para o “pior sentimento anti-vacina” que já testemunhou no continente, em encontro virtual da União Africana no último dia 24.
A responsável pelo teste na universidade, Helen Rees, explicou em comunicado que é essencial a testagem da em diferentes partes do mundo antes de ser levada ao público em larga escala.
“Isso permite a avaliação da eficácia e da segurança das vacinas candidatas em um contexto global”, explicou a especialista. Rees é conselheira da OMS (Organização Mundial da Saúde) na área de vacinação.
Os testes serão realizados em duas mil pessoas, em um convênio com a universidade sul-africana. O Brasil também está testando a imunização no mesmo número de pessoas, com auxílio da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
A vacina já foi testada no Reino Unido, onde é elaborada em uma parceria da Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca. Por lá, quatro mil foram testados.
O próximo país a testar a imunização será os EUA, onde o experimento terá 30 mil participantes.
Se tudo der certo, a farmacêutica anglo-sueca pretende iniciar a comercialização da vacina entre setembro ou outubro deste ano.