A tempestade tropical Eta, que causou destruição em parte da América Central e inundou cidades de Belize, não impediu as eleições no pequeno país de cerca de 400 mil habitantes, nesta quarta (11), informou a Bloomberg.

Com participação de 81% dos eleitores, a disputa terminou com a vitória do candidato de oposição, John Antonio Briceno. O político deve ocupar a posição do atual primeiro-ministro, Dean Barrow, que comanda o país há mais de dez anos.

De centro-esquerda, Briceno derrotou o candidato Patrick Faber, da sigla de Barrow – o conservador UDP (Partido Democrático Unido). O novo premiê deve liderar a Assembleia Nacional de 31 membros.

“Belizenses, em números impressionantes, votaram por um novo começo”, disse o recém-eleito. “Este resultado é o apelo para que nossa jovem nação enfrente os desafios e avance em uma revolução pacífica e progressiva”.

Colonizado por ingleses, Belize conquistou a independência em 1981.

Em seu primeiro discurso, Briceno se comprometeu a reprimir a corrupção, reviver a agricultura e o turismo e acelerar um pacote de estímulos no parlamento.

O político também prometeu assumir o controle da dívida externa do país que já alcança US$ 1,3 bilhão e, em proporção, é considerada uma das maiores do mundo.

A promessa é desafiadora: com a pandemia, Belize deve registrar uma retração econômica de 16% em 2020 – a maior queda desde 1980, de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Assim como a maioria dos países da América Central, Belize também foi afetado pelas restrições ao turismo desde o início da pandemia. O setor representou, em 2019, cerca de 45% do PIB (Produto Interno Bruto) da pequena nação centro-americana. As autoridades só deram o aval para voos internacionais rumo ao país no final de outubro.